A ORA International, no Afeganistão, ajudou inúmeros Grupos de Auto-Ajuda (GAAs) a se formarem. Eles são formados por 15 a 20 mulheres que moram na mesma rua. O GAA oferece espaço e apoio para que cada participante identifique e use oportunidades para se empoderar na vida.
As representantes dos GAAs formam uma Associação de Grupos (AG) depois de terem participado de um GAA por um período de nove a doze meses. Uma AG cobre uma área geográfica maior e representa muitos GAAs. Ela ajuda a lidar com as necessidades sociais e financeiras e também oferece parte da assistência financeira para a facilitadora. Mais tarde, é formada uma Federação, com representantes das AGs para lidar com questões de maior porte, tais como a participação nas decisões políticas.
A base desta abordagem é a seguinte:
- Todos possuem um potencial que lhes foi dado por Deus. Este potencial pode ser liberado no ambiente certo e sob as condições certas.
- Enquanto indivíduos, as pessoas na pobreza podem não ter voz ou poder e podem ser vulneráveis, mas o trabalho conjunto em grupo pode fortalecê-las.
Os GAAs ensinam as mulheres a contribuir com uma pequena quantia de dinheiro por semana para o fundo do grupo. Por sua vez, elas podem tirar um empréstimo para iniciar ou expandir um negócio. O empréstimo pode ser pequeno, de até mesmo US$10, e deve ser pago em dez prestações, com uma taxa de administração de um por cento.
É oferecido treinamento sobre tópicos relacionados com o crescimento econômico e a mudança social. Todas as atividades são iniciativas das participantes do GAA, assim, há apropriação desde o início. Como é o próprio dinheiro delas que é investido em vários empreendimentos, há mais incentivo para torná-los bem-sucedidos.
Resultados
A confiança das mulheres está crescendo. Elas estão aprendendo a presidir reuniões, resumir decisões e expressar suas opiniões.
A sua auto-estima está crescendo, pois elas conseguem economizar e investir nos empreendimentos. A sua atitude diária em relação à vida está melhorando.
Seus parentes respeitam-nas mais, pois elas são capazes de administrar um negócio.
As mulheres estão procurando lidar com as necessidades sociais da sua comunidade, inclusive o abuso doméstico e os direitos humanos.
As participantes da AG estão assumindo a responsabilidade pela comunidade mais ampla. Elas estão representando os GAAs nos encontros locais, estabelecendo vínculos com outras organizações e desenvolvendo as capacidades das participantes através de atividades, como a alfabetização ou a horticultura caseira.
As mulheres geralmente começam modestamente, por exemplo, vendendo chá ou ovos cozidos. Algumas delas envolvem a família em atividades como, por exemplo, abrir um negócio de roupas de segunda mão.
Os GAAs também iniciaram aulas de alfabetização, estabeleceram um sistema de transporte comunitário e participaram de sessões de treinamento organizadas pelo governo. Os negócios estão crescendo, as lojas estão se expandindo e estão sendo abertas oficinas. As AGs também trabalham para melhorar as comunidades. Por exemplo, o número de casamentos infantis diminuiu, e agora há mais crianças freqüentando a escola.
Lições aprendidas
As lições mais importantes aprendidas nos últimos cinco anos foram:
- As facilitadoras devem ser bem treinadas para incentivar as mulheres a trocar idéias.
- As iniciativas sugeridas pelas facilitadoras não pertenciam aos GAAs e fracassaram.
- Deve-se permitir que as mulheres assumam a liderança, mas as facilitadoras devem orientá-las e desafiá-las.
- Os negócios devem começar modestamente, pois as mulheres não possuem nenhuma experiência prévia, especialmente no que diz respeito a investir em negócios.
- É necessária paciência, pois este processo leva tempo.
Rina Teeuwen é consultora da Abordagem de Auto-Ajuda.
E-mail: teeuwen5@yahoo.com
Para obter mais informações, entre em contato com:
Mrs Khalida Hafizi, National Co-ordinator, Self Help
Approach Programme, OpMercy, Afeganistão.
E-mail: selfhelpapproach.afg@mercy.se
ou: khalida_hafi zi@yahoo.com