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A boa levedura

O poder da boa levedura para uma influência duradoura e para a transformação

Escrito por Richard Serrano | 16 fev 2023

Um homem preparando um pão para ser assado em um forno de barro ao ar livre em uma região rural da Bolívia, com campos secos e montanhas distantes ao fundo

Um pão sendo assado em uma região rural da Bolívia. Foto: Andrew Philip/Tearfund

O bem e o mal

O bem e o mal que vemos no mundo parecem compartilhar características em comum. Eles tendem a crescer: 

  • do menos para o mais – de uma canção desafinada à janela de uma pessoa amada a um prêmio Grammy;
  • do pequeno para o grande – de um triunfo em um torneio interescolar a uma medalha olímpica;
  • do que não se vê para o que acaba sendo visto – de trapacear em uma prova à gestão corrupta dos recursos de uma nação.

Muito do que lemos ou ouvimos nos meios de comunicação diz mais sobre os resultados e nem tanto sobre os processos que vieram de algo aparentemente insignificante.

Como funcionam os princípios de influência das coisas pequenas? Como colocá-los a serviço do reino de Deus e da sua justiça em um mundo com tanta injustiça e corrupção? Para ilustrar o poder das coisas pequenas, podemos tomar como referência algumas ilustrações bíblicas sobre influência e transformação.

“O Reino dos céus é como o fermento que uma mulher tomou e misturou com uma grande quantidade de farinha, e toda a massa ficou fermentada”
Mateus 13:33

Obcecados pelas coisas grandes?

Temos a tendência de ficar obcecados com as coisas grandes e poderosas. Jesus, pelo contrário, opta pelo pequeno. 

A grandeza do Reino de Deus se manifesta nos pequenos aspectos da encarnação, em sua vinda como um bebê, seu nascimento em uma manjedoura, sua entrada em um jumentinho e seu companheirismo com aqueles que sempre foram negligenciados. 

Uma das suas parábolas fala sobre uma semente pequena e de aparência insignificante. A partir dela, cresceu uma árvore frondosa, para a qual aves de diversos lugares vieram se abrigar.

Assim é o reino dos céus. Das coisas pequenas faz-se brotar a grandeza da vida e a justiça para o bem da humanidade.

Jesus não se esquece de que a vida da Igreja não acontece no vácuo ou em desconexão com o mundo e suas urgências. Sua missão desenvolve-se em contato com as realidades sociais, políticas, econômicas e culturais angustiantes dos nossos povos e do seu entorno. Mas ele opta pelo pequeno e, embora isso possa acarretar grandes riscos, não significa que o pequeno deva ser evitado.

O pequeno e silencioso como o fermento que devemos aplicar:

  • O Mestre falou positivamente sobre o seu reino, fazendo uso da ilustração do fermento (Mateus 13:33) e a temperou com mostarda (Mateus 13:31-32). Dessa maneira, ele ilustrou a dinâmica transformadora da sua proposta.
  • Na pequenez de uma semente se esconde a grandeza da vida.
  • A intenção de Deus é que as coisas pequenas tenham a vocação de crescer.
  • A incumbência dada à sua nova comunidade é que o pequeno do evangelho cresça para a vida e a transformação de vidas, relacionamentos, comunidades, estruturas e realidades.
“Vocês corriam bem. Quem os impediu de continuar obedecendo à verdade? Tal persuasão não provém daquele que os chama. ‘Um pouco de fermento leveda toda a massa’”
Gálatas 5:7-9

O pequeno e silencioso como o fermento que devemos evitar:

  • As más ideias e atitudes, por menores que sejam, não deixam de ser altamente corruptas (Gálatas 5:1-15).
  • Há um "fermento velho" – uma vida de maldade e perversidade – que deve dar lugar a...
  • ... uma “nova massa em Cristo”, sem fermento, ou seja, aos pães da sinceridade e da verdade – (1 Coríntios 5:8).

Em todas as coisas, Jesus opta pelo simples

Por meio da ilustração do fermento, Jesus nos lembra do potencial do pequeno e do insignificante. 

Assim como o fermento leveda silenciosamente, o evangelho procura influenciar e transformar. Não devemos esperar passivamente apenas pelas grandes intervenções diretas de Deus, evitando desempenhar o nosso pequeno papel em seu nome. 

Às vezes, a ação silenciosa e contundente dos seguidores de Jesus, vivendo resolutamente sua fé em todos os lugares e em todos os momentos, pode mais do que as estruturas soberbas dos corruptos. 

Nós cremos nisso?

Enquanto organização, nos propusemos a trabalhar para influenciar os modelos e processos de gestão. Como influenciar positivamente em meio a tanta corrupção?

A corrupção, a injustiça e seus tentáculos plantam-se diante de nós com insolência. Para que servem as nossas pequenas contribuições? Que chance temos diante dos gigantes do mal? Diante de tanta maldade, nos sentimos desanimados. Inclusive acreditamos que é muito pouco o que podemos fazer. Errado! Lembram-se do rapaz, pastor de ovelhas, que só precisou de uma pedra para derrubar um gigante assustador?

A transformação necessária e possível

Os ensinamentos bíblicos e o exemplo de Jesus nos mostram que a transformação é tanto necessária quanto possível. A transformação pode e deve acontecer por meio de pequenos gestos, atitudes, ações e compromissos. 

Portanto, sonhemos e trabalhemos a fim de que possamos ver comunidades de fé engajadas em um movimento efetivo como uma via de mão dupla: combater a corrupção e promover a justiça e a integridade. Nosso mundo precisa da boa levedura do evangelho e essa é a vontade do nosso Pai. É assim que entendemos a situação?

Oração

Senhor, como oraste por nós, não nos tire do mundo, mas nos livre do mal e nos use como instrumentos de transformação. A corrupção é grande, mas a virtude do seu evangelho é maior! Em nome de Jesus, amém.

Escrito por

Escrito por  Richard Serrano

Richard é o Gerente da equipe de Teologia e Engajamento em Redes na região da América Latina e Caribe

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