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Artigos

Grupos de Ação Comunitária

Quando Ariane foi estuprada, um Grupo de Ação Comunitária trabalhou com outros para lhe oferecer apoio prático

2019

Os membros dos Grupos de Ação Comunitária reúnem-se para apoiar as sobreviventes da VSG. Foto: GAC Mungeradjipa

Os membros dos Grupos de Ação Comunitária reúnem-se para apoiar as sobreviventes da VSG. Foto: GAC Mungeradjipa

Uma sobrevivente da violência sexual e de gênero com um lenço estampado com bolinhas na cabeça, olhando para longe

De: Violencia sexual e de genero – Passo a Passo 106

Ideias de como podemos pôr fim à violência sexual e de gênero e prestar apoio holístico às sobreviventes

Em regiões remotas como o leste da República Democrática do Congo (RDC), as sobreviventes da violência sexual e de gênero (VSG) frequentemente têm dificuldades para obter apoio. Elas podem não estar cientes dos serviços disponíveis, e as instalações como os centros de saúde podem estar distantes. A Tearfund e seus parceiros criaram Grupos de Ação Comunitária para ajudar a resolver esse problema.

Os Grupos de Ação Comunitária (GAC) são compostos por cerca de 10 a 15 pessoas, que se reúnem para ajudar as sobreviventes individualmente. Os membros podem incluir líderes comunitários, agentes de saúde, líderes religiosos, professores de escolas e funcionários de confiança da polícia. O ideal é que haja um número igual de membros do sexo masculino e do sexo feminino. A Tearfund e seus parceiros treinam os membros sobre VSG, formas de apoiar as sobreviventes e os serviços locais disponíveis. 

O grupo reúne-se regularmente para lidar com casos de sobreviventes em sua comunidade. Às vezes, uma sobrevivente pode entrar em contato com o GAC, mas, frequentemente, os membros ouvem sobre o caso através da comunidade e oferecem apoio. O GAC elabora um plano individual para cada sobrevivente. Por exemplo, ele pode providenciar encaminhamento para centros de saúde e acompanhar as sobreviventes, se elas desejarem, ou ajudar a família da sobrevivente a entender o que aconteceu. 

Um GAC foi particularmente bem-sucedido porque o capelão do exército local juntou-se a ele e desempenhou um papel importante na educação da equipe policial e do exército. Como a maioria dos GAC criados pela Tearfund na RDC, o grupo continua ativo anos depois do término do financiamento.


questão para discussão

  • Você poderia formar um Grupo de Ação Comunitária para ajudar sobreviventes da VSG na sua área? De que recursos e treinamento você precisaria e como você divulgaria os serviços do grupo? 

Para obter mais informações sobre os GAC, envie um e-mail para Elena Bezzolato, Coordenadora de Programas da Tearfund para VSG em Resposta Humanitária: elena.bezzolato@tearfund.org 


estudo de caso: da rejeição para uma nova vida

Meu nome é Ariane* e moro em Kivu do Norte, na RDC. Eu tinha 14 anos quando estava sozinha em casa uma tarde, e um homem arrombou nossa casa e me estuprou. Fiquei machucada, confusa e com dor. Eu não conseguia entender o que havia acontecido. 

Minha família reagiu muito mal e ficou com vergonha do que havia acontecido comigo. A reação deles foi me rejeitar e me expulsar da casa da nossa família. Felizmente, um parente idoso acolheu-me e ofereceu-me abrigo. Com o passar das semanas, as pessoas do nosso povoado começaram a conversar e me apontar o dedo, dizendo que eu estava grávida. Eu tinha 14 anos, portanto, não sabia. 

Foi aí que o Grupo de Ação Comunitária (GAC) veio me ver. Eles me levaram para o centro de saúde local, onde recebi cuidados e apoio. Os membros do GAC não ficaram só nisso. Eles continuaram me levando para o centro de saúde para exames, eles me aconselharam e agiram como mediadores entre minha família e eu. 

A mudança não aconteceu da noite para o dia, mas, depois de algumas semanas, minha família entendeu e aceitou o que os membros do GAC disseram. Eles me levaram de volta para casa e me ajudaram durante a gravidez. 

Os membros do GAC continuaram me apoiando, oferecendo conselhos e incentivando-me a voltar para a escola. Eu voltei para a escola e obtive meu diploma, o que agora me permite ensinar em uma das escolas locais. 

O GAC também interveio em nossa igreja, onde fui recebida novamente em comunhão. Foi nesta mesma igreja que conheci o homem que agora é meu marido. Agora, sou uma mulher casada, com um filho saudável de sete anos de idade. 

Posso dizer com certeza que minha vida não seria o que é agora se não fosse pelos membros do Grupo de Ação Comunitária e seu apoio. Eu quero agradecer a eles. Eles são minha família. Eu nunca vou esquecê-los e pretendo permanecer em contato com todos eles. 

* O nome foi alterado para proteger a identidade.


Acabar com o abuso doméstico: um pacote para igrejas 

A instituição beneficente Restored produziu um pacote de informações para capacitar as igrejas para lidar com o abuso doméstico de forma mais eficaz. O pacote inclui orientações sobre como reconhecer o abuso doméstico, formas através das quais a igreja pode responder e reflexões teológicas.

Disponível em português, inglês, francês, espanhol, hindi, russo e sueco. Acesse www.restoredrelationships.org/churchpack para baixar uma cópia gratuita. 

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