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Um mundo de oportunidades

Os jovens possuem talento e criatividade, mas também precisam de apoio e oportunidades

Escrito por Kimanzi Muthengi 2020 Disponível em Inglês, Francês, Português e Espanhol

Tiffany tem um futuro brilhante pela frente. Foto: Unicef Malaui

Tiffany tem um futuro brilhante pela frente. Foto: Unicef Malaui

Uma jovem vestindo uma camiseta verde viva e usando uma máquina de etiquetar em um produto em uma loja

De: Jovens – Passo a Passo 109

Como se envolver com os jovens e ajudá-los a florescer

“Os jovens são os sonhadores, os realizadores e os pensadores de amanhã – os líderes de amanhã. Imagine o que eles criarão: invenções, avanços, novos medicamentos, novos meios de transporte, novas formas de comunicação, economias mais sustentáveis e, talvez, até um mundo em paz. Eles carregam nosso futuro comum em suas mãos.”
Henrietta Fore, Diretora Executiva do Unicef

Atualmente, há mais jovens entre 15 e 24 anos do que nunca. Juntos, eles representam 16% da população global. Cheios de energia e ideias, muitos são capazes de desenvolver suas habilidades, aproveitar a vida e contribuir para a sociedade. No entanto, outros enfrentam um futuro incerto. 

Todo mês, 10 milhões de jovens atingem a idade ativa, mas não há empregos suficientes para todos. Na verdade, os jovens têm duas vezes mais chances de estarem desempregados do que os adultos. Outras pressões enfrentadas por eles podem ser: falta de instrução, pobreza, casamento precoce, conflito, corrupção, incerteza política e degradação ambiental. 

Os jovens têm talento e criatividade para identificar novas soluções para os problemas, construir a paz, agir para ajudar outros e inspirar mudanças políticas. No entanto, para que possam realizar todo o seu potencial, eles precisam de apoio e oportunidades.

A história de tiffany

Tiffany viu que sua oportunidade de uma boa educação estava desaparecendo. Graças ao trabalho duro e à dedicação de seu tio, ela havia concluído o ensino fundamental e dois anos do ensino médio. Então, o tio perdeu o emprego e não pôde mais ajudá-la. “Fiquei tão triste quando soube que teria que sair da escola”, diz Tiffany. “Vi que a minha chance de ir para a universidade e ter uma carreira havia diminuído muito.” 

Cerca de metade das meninas no Malaui conclui o ensino fundamental, mas apenas uma em cada cinco conclui o ensino médio. Isso se deve a vários motivos, entre eles, a pobreza, a necessidade de as meninas ajudarem em casa, a distância das escolas e o casamento precoce. Algumas meninas param de frequentar a escola quando começam a menstruar, principalmente se não houver banheiros decentes. Se a família tem condições de mandar apenas alguns dos filhos para a escola, geralmente os meninos é que recebem a oportunidade.

Quando Tiffany recebeu uma bolsa de estudos para continuar na escola, ela ficou encantada. Atualmente, ela estuda ciências políticas na universidade e conta: “Ainda não decidi o que fazer depois da faculdade. Talvez eu tente ser parlamentar”.

Uma abordagem diferente

Tiffany agora tem a chance de ir em busca de seus sonhos e influenciar outros. No entanto, para alguns jovens, é necessária uma abordagem diferente de educação e treinamento. 

No andar de cima de um mercado movimentado em Cartum, no Sudão, 50 jovens estão compartilhando ideias e tentando encontrar soluções para os problemas que enfrentam na vida cotidiana. 

A maioria nunca frequentou a escola. Muitos dos meninos trabalham no mercado, e as meninas ajudam as mães em casa. 

Os jovens, com idade entre 14 e 24 anos, participam de um programa que combina treinamento prático com mentoria, capital semente, resolução de conflitos e habilidades de apresentação. 

“A ideia é pensar sobre como resolver problemas, como a eletricidade, por exemplo, para ajudar a produzir energia para o mercado”, diz Mohammed, enquanto exibe um modelo de gerador que criou com sua equipe. 

O plano deles é projetar um gerador que possa ser alimentado por energia solar ou combustível. 

“É uma sensação muito boa quando a gente encontra soluções para um problema que está enfrentando, uma sensação muito boa mesmo”, diz Mohammed. “Aprendi muitas coisas – por exemplo: como me expressar, como ser autoconfiante e responsável e como conversar e lidar com as pessoas com quem trabalho.”

Trabalhar juntos

No Burundi, grupos de jovens estão se ajudando a iniciar novos negócios. Os grupos realizam reuniões regularmente e recebem treinamento sobre poupança e crédito, elaboração de planos de negócios e gerenciamento de pequenas empresas. Depois de algum tempo, eles podem comprar ações nas empresas uns dos outros e oferecer empréstimos entre si. 

Ao mesmo tempo, os jovens estão se tornando construtores da paz em um país onde há muitas divisões étnicas e políticas. Ernest, que agora é coproprietário de um estúdio de gravação, diz: “Agora que estamos unidos, fazemos parte da construção da paz em nossa comunidade. Isso nos ajuda a alcançar nossos objetivos. Se nos mantivermos unidos, poderemos desenvolver nosso país. Se estivermos divididos, não conseguiremos nada”.

Mostrar o caminho

Toda geração enfrenta desafios, mas, para muitos jovens, agora há mais oportunidades do que nunca. 

Por exemplo, à medida que o mundo se torna cada vez mais conectado através da internet, as oportunidades para que pessoas de todas as idades possam se fazer ouvir em âmbito local, nacional e internacional continuarão aumentando. Os movimentos juvenis já estão mostrando o caminho na reivindicação de paz, nas ações para combater a mudança climática e na luta contra a desigualdade. 

Os jovens podem fazer contribuições enormes para a sociedade. É essencial que eles sejam ouvidos e recebam o apoio de que precisam para moldar o presente e o futuro.


Muitos jovens no Nepal ajudaram a organizar suprimentos para as pessoas afetadas pelo terremoto de 2015. Foto: International Nepal Fellowship

Muitos jovens no Nepal ajudaram a organizar suprimentos para as pessoas afetadas pelo terremoto de 2015. Foto: International Nepal Fellowship

De criança para adulto

A adolescência (dos 10 aos 19 anos) é um período crítico da vida, em que os jovens passam por muitas mudanças físicas e hormonais. O rápido desenvolvimento cerebral e emocional resulta em novas maneiras de ver o mundo.

Durante a adolescência, as crianças tornam-se mais independentes, formam novos relacionamentos, desenvolvem habilidades sociais e assumem mais responsabilidades. Os hábitos (bons e ruins) criados durante esse período provavelmente durarão a vida inteira. O apoio dos pais e de outros adultos é crucial para que as crianças cresçam e se tornem adultos saudáveis, responsáveis e resilientes.

Riscos para a saúde 

Há vários riscos para a saúde particularmente preocupantes durante a adolescência, entre eles:

  • exposição a produtos perigosos, tais como o tabaco, o álcool e as drogas; 
  • maior risco de violência e lesões no trânsito, à medida que as crianças começam a circular com maior independência; 
  • problemas de saúde mental, tais como depressão, ansiedade, automutilação, abuso de substâncias, distúrbios alimentares e suicídio; 
  • problemas de saúde sexual, tais como doenças sexualmente transmissíveis, mutilação genital feminina, casamento precoce e gravidez na adolescência.

Muitos desses riscos para a saúde estão relacionados com a maneira como a sociedade em geral funciona. Por exemplo, pode haver pressão para que as pessoas se casem jovens, muita ênfase na aparência das pessoas ou falta de compreensão dos problemas de saúde mental. As crianças com deficiência podem sofrer estigma e rejeição. Esses desafios geralmente podem ser superados se os jovens receberem apoio e incentivo suficientes.

Apoio aos adolescentes

As pesquisas mostram que os jovens de ambos os sexos têm muito mais probabilidade de florescer durante essa fase da vida se:

  • tiverem pessoas com quem possam conversar abertamente sobre o que é importante para eles, inclusive sobre sexualidade, menstruação, saúde sexual e dependência; 
  • receberem apoio em seus estudos e/ou no desenvolvimento de seus talentos em outras áreas (como, por exemplo, esporte, música, arte, culinária, design de produtos, vendas); 
  • souberem que são amados e aceitos do jeito que são; 
  • tiverem a chance de desenvolver habilidades de liderança e contribuir para a tomada de decisões na comunidade; 
  • sentirem que fazem parte de algo, como, por exemplo, de clubes, grupos religiosos ou movimentos que reivindicam mudanças; 
  • tiverem alimentos nutritivos e muito descanso.

Assim como em casa, esse apoio pode ser oferecido através de grupos de jovens, clubes esportivos, programas de mentoria e outras atividades. Tudo isso ajuda os jovens a florescer, desenvolver novas habilidades e contribuir de forma positiva para a sociedade.

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Escrito por

Escrito por  Kimanzi Muthengi

Kimanzi Muthengi é chefe de Educação e Adolescentes do Unicef no Malaui. E-mail: [email protected] www.unicef.org

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