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Vida nova após um desastre

Em 2010, Leon Gaisli sofreu ferimentos na medula espinhal durante um forte terremoto no seu país de origem, o Haiti

Disponível em Espanhol, Português, Francês e Inglês

As inundações no Paquistão, em 2010, afetaram 20 milhões de pessoas. Foto: Ashraf Mall/Tearfund

De: Gestão de desastres – Passo a Passo 88

Como se preparar para os desastres e reduzir o risco de que eles ocorreram

Leon com o seu treinador suíço, Albert Marti. Foto: Carwyn Hill/Haiti Hospital Appeal

Leon com o seu treinador suíço, Albert Marti. Foto: Carwyn Hill/Haiti Hospital Appeal

Em 2010, Leon Gaisli sofreu ferimentos na medula espinhal durante um forte terremoto no seu país de origem, o Haiti. Ele perdeu o movimento das pernas, mas, após sua reabilitação no Hospital da Convenção Batista do Haiti, em Cap Haïtien, Leon tornou-se um ciclista de handbike muito entusiasmado.

A handbike (uma bicicleta adaptada) permite que a pessoa use os braços, ao invés das pernas, para movimentar a bicicleta. Esta atividade proporcionou-lhe uma verdadeira esperança e força para superar os desafios à sua frente. Além da auto-realização, Leon tem orgulho de andar de bicicleta para desafiar o estigma dentro do Haiti e espera poder representar o Haiti nas Paraolimpíadas de Londres, em 2012, e em outras competições. Ele se tornou o primeiro ciclista de handbike haitiano a participar de uma competição internacional ao representar seu país nos Jogos Parapan Americanos de 2011 no México. Ele espera que o seu testemunho represente um incentivo para todos ao redor do mundo e que, através do seu ciclismo, as pessoas mudem sua maneira de pensar no Haiti e em outros países. Abaixo, ele conta parte da sua história:

VOCÊ PODE DESCREVER A SUA VIDA ANTES DO TERREMOTO?

Eu trabalhava num hospital como agente da saúde comunitária vacinando crianças, promovendo a amamentação e dando orientação sobre nutrição infantil. Eu também trabalhava numa construção e ajudava minha esposa com o nosso negócio, vendendo ervilhas, alho e galinhas comprados numa cidadezinha local chamada Dajabon.

O QUE ACONTECEU DURANTE O TERREMOTO?

Na manhã do dia do terremoto, fui trabalhar no hospital. Voltei para casa às quatro horas e estava assistindo a um filme com minha família, quando ouvi um barulho alto na rua. Eu estava a ponto de sair para ver qual era o problema, quando o chão de repente pareceu me atirar para cima e eu caí. Vi as paredes da minha casa se espatifarem, e uma parte enorme caiu sobre mim quando eu estava perto da saída. Fiquei embaixo dos escombros por três dias, mas quando eles foram retirados para me tirarem dali, perdi a consciência.

VOCÊ PODE CONTAR A SUA HISTÓRIA DESDE O TERREMOTO?

Minha prima mora nos EUA, mas ela sempre fica com a minha família quando vem ao Haiti. Ela veio nos visitar duas semanas depois do terremoto e descobriu que o prédio inteiro onde eu morava tinha desmoronado. Ela achou que tinha perdido a família toda, mas descobriu que eu ainda estava vivo quando telefonei para ela da República Dominicana, onde eu estava me recuperando. Ela me contou que a minha família toda tinha morrido. Eu tinha mulher e oito filhos.

O QUE O AJUDOU A RECONSTRUIR SUA VIDA DEPOIS DO TERREMOTO?

Depois do terremoto, eu entreguei tudo nas mãos de Deus. Agora eu vivo como uma pessoa que ressuscitou dos mortos. Eu aceito tudo o que Deus me dá. Ele me trouxe para o hospital e estou vivo por estar aqui.

O QUE VOCÊ ESPERA PARA 2012?

Eu gostaria de ter um emprego novamente, mesmo que eu não possa fazer o mesmo tipo de trabalho que antes. Porque Deus me deu a vida, quero que Ele me dê habilidades para fazer o que Ele quiser. Quero que Deus me ajude a ser útil para mim mesmo e para os meus outros filhos (de um relacionamento anterior), da mesma forma que antes, quando eu podia caminhar. Sempre fico com lágrimas nos olhos quando me lembro de que minha pobre prima está ajudando minhas duas filhas.

Comecei a fazer handbike e pude representar o Haiti nos Jogos Parapan no México. Seria um grande orgulho para mim poder ir às Paraolimpíadas este ano. Eu quero mostrar às pessoas de todo o mundo que as pessoas com deficiências são capazes de alcançar muito. No Haiti, a vida é difícil para nós porque enfrentamos a discriminação diariamente. Eu quero que isto mude.

QUE MENSAGEM VOCÊ GOSTARIA DE TRANSMITIR AO MUNDO?

Deus cuida tanto das pessoas com deficiência quanto das pessoas sem deficiências. Deus sempre manda um corvo, como Ele fez com Elias (1 Reis 17:2-6). Todos devem louvar a Deus porque temos o mesmo valor diante dos seus olhos. Precisamos orar, pois um dia podemos ir dormir com fome, mas, no dia seguinte, Deus pode mudar as coisas. Devemos dar a Deus todos os momentos da nossa vida!

Esta entrevista foi cordialmente organizada pelos funcionários do Haiti Hospital Appeal (HHA). Para ficar sabendo mais sobre o trabalho deles, acesse 

www.haitihospitalappeal.org ou envie um e-mail para [email protected]

O HHA também está trabalhando em parceria com outros para obter apoio para uma equipe de atletas haitianos com deficiências que estão tentando se qualificar e participar dos Jogos das Paraolimpíadas de 2012, em Londres. Acesse www.haitidream.org para obter mais informações sobre esta iniciativa. 

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