Bino Makhalanyane é um dos jovens na linha de frente do movimento Green Anglicans (Anglicanos Verdes), na África Austral. Aqui, ele nos conta o que o inspirou para que se envolvesse no movimento e como ele está motivando outros jovens a agir.
Entrevistas
Entrevista: Irrefreável
Motivação de jovens para a ação ambiental
2020
Disponível em Inglês, Francês, Português e EspanholBino Makhalanyane apreciando a beleza da criação na África do Sul. Foto: Melita Lefuthane
Conte-nos sobre você e como se envolveu com os Green Anglicans.
Eu cresci em uma pequena cidade mineira em Free State, na África do Sul. Depois da universidade, trabalhei para a diocese anglicana local e, em 2014, fui eleito presidente juvenil provincial da Igreja Anglicana da África Austral.
Em 2016, tive a oportunidade de ir a uma conferência de jovens Green Anglicans na Zâmbia. Este foi um momento decisivo para mim. Ouvi meus irmãos e irmãs africanos falarem sobre como a mudança climática está afetando a todos nós e como precisamos agir. Percebi que somos chamados para cuidar da terra de Deus (Gênesis 2:15) e fazer todo o possível para curar as feridas que já lhe foram infligidas. Em 2018, entrei para o movimento Green Anglicans como coordenador juvenil provincial.
Como você motiva outros jovens a agir?
Trabalhar com jovens pode ser difícil, mas tento me lembrar de que não se trata de mim e minhas ideias. Encorajo-os a experimentar suas próprias ideias, do jeito deles.
Os jovens são cheios de energia e divertidos, então, tento fazer com que o tempo que passo com eles também seja divertido. Por exemplo, eu posso organizar uma coleta de lixo na praia, mas sempre lhes dou tempo de sobra para relaxar e brincar também. À medida que os conheço melhor, mais eles se dispõem a participar.
Sempre deixo claro que não estou aqui para lhes dizer o que fazer. Presto apoio como igual, incentivando outros jovens a fazer a diferença. Meu papel é plantar sementes na vida das pessoas, que se transformarão em um movimento verde irrefreável para Deus.
Que desafios você enfrenta?
A África Austral tem um alto índice de desemprego entre os jovens. Mesmo os jovens com diploma universitário frequentemente acabam sem emprego. Ou eles podem ter que se contentar com um emprego de baixa renda para sobreviver.
Enquanto movimento, questionamos certas indústrias (de mineração, por exemplo), onde muitas pessoas trabalham. É difícil para os jovens exigir mudanças e se manifestarem contra a poluição quando essas mesmas indústrias lhes dão empregos.
Se eles têm dificuldade para ganhar dinheiro suficiente, às vezes, eles acham que a mudança climática é apenas mais uma coisa com que se preocupar. Isso pode impedi-los de agir.
Muitos jovens optam por não votar nas eleições por causa das promessas não cumpridas dos políticos. Nós os incentivamos a usar seu voto para fazer a diferença e falar sobre as coisas que são importantes para eles.
Que oportunidades os jovens têm que as gerações anteriores talvez não tenham tido?
Nossa geração tem a oportunidade de reduzir o impacto da mudança climática. Com os conhecimentos, a ciência e a tecnologia atuais, temos a oportunidade de fazer as coisas de maneira diferente.
Precisamos que as pessoas pressionem os governos não apenas para mudar as políticas, mas para implementá-las. Ao contrário de antes, agora temos a liberdade de expressão e de protesto e, se usarmos bem as redes sociais, poderemos erguer nossa voz em países, continentes e no mundo. Assim, os políticos terão que começar a nos ouvir.
Podemos viver de maneira diferente, influenciar outros e fazer campanha por mudanças. Ainda não é tarde demais para fazer algo em relação à mudança climática, mas, em breve, será, se não agirmos agora.
Para obter mais informações, envie um e-mail para Bino: [email protected]
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