por Vinay Samuel, Ian Davis e Mike Wall.
A fome causou a morte de muitas pessoas num país africano há alguns anos. Alguns creram que foi um castigo de Deus devido ao governo deste país ter perseguido a Igreja. Em Ezequiel 14:12–20 temos um exemplo claro dum desastre que é visto como sendo o resultado do castigo de Deus. Terremotos, inundações e fome são castigos de Deus? A menos que o Senhor tenha se revelado duma maneira profética nós não sabemos se estas coisas são castigos de Deus ou não. Devemos ser cuidadosos ao dizermos que um desastre é um castigo. Mesmo que seja um castigo isto não deve afetar a nossa compaixão por aqueles que sofrem como resultado.
No Velho Testamento encontramos alguns desastres que são claramente castigos de Deus como o dilúvio, a torre de Babel e Sodoma e Gomorra. Mas muitos outros desastres mencionados na Bíblia não são considerados como sendo castigos de Deus – tal como a fome no Egito na época de José.
É difícil encontrarmos uma resposta simples para explicar porque um desastre acontece. Devemos procurar entender o propósito de Deus em cada situação. Neemias, por exemplo, não se apressou para construir as muralhas de Jerusalém. Primeiro ele perguntou: ‘Qual é a sua vontade, Senhor, em tudo isto? Por que aconteceu isto e o que devemos fazer, Senhor?’ Quando um desastre acontece será que dedicamos um tempo suficiente com as pessoas afetadas e refletimos juntos sobre o porque aquele desastre aconteceu? Em cada situação devemos perguntar a Deus qual é o seu propósito.
A Igreja deve ser cuidadosa no sentido de não se ‘aproveitar’ ou ‘explorar’ uma situação de desastre. A mensagem dum evangelista da Índia pregando num vilarejo em Andhra Pradesh após a ocorrência duma série de ciclones foi ‘se vocês não se arrependerem de vossos pecados e se entregarem a Cristo, Deus vai puni-los com mais um desastre.’ A menos que Deus tenha revelado claramente a sua intenção à Igreja, nenhum líder cristão tem a autoridade de declarar que um desastre em particular é um castigo de Deus.
Coisas boas podem resultar de situações de desastre. Como exemplo temos José que foi instituído governador do Egito e levou os Hebreus àquela nação, onde eles puderam se estabelecer e aumentar em número, como resultado da seca em Israel e no Médio Oriente. Em Atos 16:16-40, o terremoto em Filipos permitiu que Paulo compartilhasse a sua fé. O carcereiro e a sua família se converteram e Paulo estava livre no dia seguinte. No Novo Testamento situações de desastre frequentemente permitiam aos cristãos a compartilhar entre si e com descrentes.
Deus é onipotente e pode trazer algo bom até mesmo através duma tragédia, seja ela um castigo de Deus ou não.