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Artigos

Comunidades resilientes

Como ajudar sua comunidade a se adaptar às mudanças no clima

2022

As comunidades na região semiárida do Nordeste do Brasil lutam para lidar com as condições de seca, que são agravadas pela mudança climática.

As comunidades na região semiárida do Nordeste do Brasil lutam para lidar com as condições de seca, que são agravadas pela mudança climática. Foto: Tom Price – Ecce Opus/Tearfund

Indra, Alisha (oito anos) e Prakash (três anos) nos degraus de sua casa, no Nepal

De: Lar e hospitalidade - Passo a Passo 116

Como a hospitalidade, a bondade e o planejamento podem reduzir a vulnerabilidade e ajudar as comunidades a florescer

Todos os anos, milhões de pessoas são obrigadas a deixar suas casas e comunidades por causa do clima imprevisível causado, ou piorado, pela mudança climática. 

Algumas passam por violentas tempestades e inundações, que destroem suas casas, plantações e negócios. Outras são obrigadas a se mudar porque não há mais água suficiente onde moram. A degradação ambiental causada pelo desmatamento e pelas práticas agrícolas não sustentáveis muitas vezes piora esses problemas.

Sigam as seguintes etapas para ajudar sua comunidade a decidir a melhor forma de se adaptar às mudanças meteorológicas atuais e se preparar para as futuras mudanças. Certifiquem-se de que todos tenham a oportunidade de participar, inclusive os jovens, as pessoas idosas e as pessoas com deficiência.

Etapas

  1. Convidem todos os membros da comunidade para se reunirem em um dia que seja bom para a maioria. Peçam à comunidade que selecione um pequeno grupo de voluntários (homens e mulheres) para serem responsáveis pelo planejamento e monitoramento das atividades, bem como pela organização de futuras discussões.
  2. Usem abordagens participativas, tais como o mapeamento (veja o quadro abaixo) para identificar as mudanças meteorológicas observadas nos últimos dez anos e o impacto dessas mudanças. 
  3. Discutam entre si o que poderá acontecer se o clima continuar mudando.
  4. Decidam algumas atividades principais que ajudem a comunidade a se adaptar às mudanças e reduzir o risco de desastres – de preferência, atividades que possam ser implementadas com mão de obra e recursos locais.

    Por exemplo, as comunidades sujeitas a inundações poderiam:

    • cavar canais de drenagem para desviar o curso da água das casas e de outras propriedades para mantê-las seguras;
    • armazenar sementes e implementos agrícolas em um prédio comunitário elevado. 

     

    As comunidades propensas à seca poderiam:

    • adaptar as práticas agrícolas e plantar árvores para ajudar a reter a água no solo;
    • criar barreiras de terra em curvas de nível para captar a água da chuva.

     

  5. Implementem essas atividades distribuindo o trabalho de maneira uniforme. Por exemplo, a comunidade poderia criar um grupo de trabalho formado por um membro de cada família para cavar canais de drenagem em um determinado dia. 
  6. Monitorem o impacto dessas atividades ao longo do tempo. Elas estão ajudando? Há outras coisas que precisem ser feitas ou feitas de forma diferente?
Os escritórios do governo local geralmente dispõem de pequenas quantias de financiamento para esse tipo de trabalho. Incentivem o grupo de planejamento a reivindicar o fornecimento de fundos e outras formas de apoio em nome da comunidade. 
Exercício de mapeamento no Malaui.

Exercício de mapeamento no Maláui. Foto: Alex Baker/Tearfund

Mapeamento

O mapeamento é uma ferramenta participativa que pode ser usada para ajudar em discussões comunitárias sobre os efeitos da mudança climática em sua região. Esse exercício geralmente leva a conversas úteis sobre problemas e soluções. 

  1. Em grupos de quatro a seis pessoas, façam mapas mostrando as principais características e pontos de referência da sua comunidade. Os mapas devem incluir casas, instalações comunitárias, estradas, pontes, terras agrícolas e recursos naturais, tais como árvores e fontes de água. 
  2. Pode ser útil usar grupos separados de crianças, mulheres jovens, homens jovens, mulheres mais idosas e homens mais idosos para fazer os mapas, pois suas opiniões sobre os riscos e as prioridades podem ser diferentes.
  3. Os mapas podem ser feitos no chão com gravetos, pedras e folhas, com giz no quadro-negro ou com marcadores coloridos em folhas grandes de papel.
    Nos mesmos grupos, marquem nos mapas as áreas afetadas pelas mudanças no clima. Anotem os tipos de impacto, a frequência e a escala. Algumas famílias são mais vulneráveis do que outras? Por que motivo?
  4. Olhem os mapas uns dos outros e discutam as semelhanças e as diferenças. 
  5. Discutam como a comunidade poderá estar daqui a cinco ou dez anos, se não forem tomadas medidas imediatas para reduzir o impacto da mudança climática. 
  6. Discutam, decidam e priorizem o que a comunidade pode fazer para se adaptar à mudança climática e reduzir o risco de desastres. 

Estudo de caso: Uma maravilha!

Alzira mora no Nordeste do Brasil, onde os longos períodos de seca fazem com que muitas pessoas migrem para outras partes do país. 

Ela conta: “Sempre tive problemas com a falta de água. Era muito difícil. Eu tinha que carregar a água nas costas e na cabeça. Tínhamos que buscar água para tudo. Houve até ocasiões em que tivemos que acordar à meia-noite para esperar no cacimbão (um pequeno poço) para encher uma lata de água. Quem chegasse primeiro pegava a água”.

A ACEV Social (o departamento social da Igreja Ação Evangélica), em parceria com a igreja de Alzira, começou a trabalhar com a comunidade para identificar as mudanças pelas quais ela estava passando e ajudá-la a atender às suas necessidades hídricas e agrícolas. 

A família de Alzira participou das discussões e ajudou a perfurar e construir um poço próximo à sua casa. A ACEV ofereceu treinamento sobre como manejar o poço, bem como em agricultura sustentável e gestão ambiental.

Alzira diz: “O projeto me ajudou muito e eu aprendi muitas coisas. Gostei das orientações para cuidar melhor do meio ambiente. Aprendi como economizar água e como gerir melhor os resíduos.

“Agora que tenho água aqui, bem perto da minha casa, tenho mais tempo para trabalhar em casa. Eu queria muito ter uma horta e, agora, tenho uma no meu quintal, com legumes frescos e sem agrotóxicos. É uma maravilha!”

Leitura adicional

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