Pular para o conteúdo Ir para o consentimento do cookie
Pular para o conteúdo

Artigos

Vídeo participativo

Vídeos podem ser usados para examinar questões, contar histórias, expressar preocupações e promover mudanças

Escrito por Ulan Garba Matta 2022 Disponível em Inglês, Espanhol, Português e Francês

Um jovem na Índia usando seu telefone celular para filmar um grupo de crianças sorridentes

Produção de um filme comunitário em Delhi, na Índia

Três mulheres bolivianas sorrindo e rindo juntas

De: Comunicação participativa – Passo a Passo 117

Como oferecer oportunidades para que as pessoas compartilhem suas ideias e influenciem mudanças

Um vídeo participativo é um filme que é planejado e criado em conjunto por uma comunidade ou grupo. O processo ajuda as pessoas a examinar questões, contar histórias, expressar preocupações e promover mudanças. 

Um vídeo participativo pode:

  • inspirar as comunidades para agirem com base no que descobriram e discutiram durante o processo de produção do vídeo;
  • ajudar as comunidades a comunicar suas necessidades e ideias a outras pessoas, inclusive aos tomadores de decisões locais;
  • ser usado para compartilhar lições aprendidas entre as comunidades;
  • ajudar as comunidades a refletir sobre o impacto e a eficácia de suas atividades e projetos.

Cinema coletivo

Aqui estão algumas dicas para grupos comunitários de como criar seus próprios vídeos participativos. 

  1. Comece com filmagens simples para que todos se acostumem com a câmera. A melhor maneira de aprender é experimentando, tentando coisas novas e se divertindo juntos!
  2. Trabalhe em grupo para desenvolver um esboço da história que vocês gostariam de contar ou das questões que desejam abordar. Esse plano pode mudar, mas será um bom guia para as suas conversas. 
  3. Além de filmar pessoas, filme também a área ao redor para mostrar o contexto. Por exemplo: a entrada da comunidade, campos, casas, lojas e cenas na rua.
  4. Sempre peça permissão antes de filmar pessoas de fora do seu grupo, mesmo que vocês as conheçam bem. 
  5. Se usar um celular para filmar, segure-o horizontalmente (com o lado mais longo para baixo) em vez de verticalmente (com o lado mais curto para baixo).
  6. Certifique-se de que a qualidade do som seja boa se for gravar pessoas falando, cantando ou tocando instrumentos musicais etc. Se estiver ventando, o vento pode distorcer o som. Nesse caso, se possível, use um microfone externo.
  7. Quando a versão inicial do seu vídeo estiver pronta, mostre-a à comunidade para que as pessoas possam fazer perguntas e sugestões.
  8. Use as sugestões para ajudar a terminar seu vídeo. Certifique-se de que todas as pessoas que participaram tenham a chance de vê-lo antes de compartilhá-lo com outros de fora da comunidade. 

Além de um vídeo, também pode-se usar uma série de fotografias para contar uma história ou estimular a discussão sobre uma questão. Essa pode ser uma abordagem mais fácil para algumas comunidades.

Duas mulheres na zona rural de Gana segurando uma câmera e um microfone

Duas mulheres na zona rural de Gana segurando uma câmera e um microfone

Estudo de caso: O choro da viúva

Por Chris Lunch

Dez mulheres da pequena vila de Kulbia, em Gana, participaram da produção de um vídeo participativo para explorar e documentar as questões relacionadas com a terra que afetam as viúvas em sua comunidade.

Estima-se que haja 50 mil viúvas na região do Alto Leste de Gana. As práticas tradicionais variam, mas, em todas as comunidades, as viúvas acabam perdendo suas terras após a morte do marido.

O grupo de Kulbia era formado por mulheres de diferentes idades e com diferentes experiências. Nenhuma era alfabetizada e elas nunca haviam operado equipamentos de vídeo antes. Elas aprenderam o básico de como fazer um vídeo através de uma série de jogos e exercícios e trabalharam juntas por vários meses para criar um vídeo muito eficaz sobre a corrupção na comunidade e a consequente perda de terras por parte das pessoas mais vulneráveis: as viúvas.

Seu pequeno vídeo “Pakorpa Susangho” (O Choro da Viúva) tem sido assistido e discutido amplamente em exibições comunitárias e vários eventos nacionais e internacionais. Chefes de comunidades, líderes da sociedade civil e políticos do governo local e nacional têm assistido às exibições e muitos fizeram promessas públicas de apoiar as viúvas e proteger seus direitos à terra.

As viúvas de Kulbia relataram melhorias significativas em seus relacionamentos e sua posição na comunidade. Outras mulheres conscientizaram-se mais sobre essas questões e pediram para participar das discussões. Duas integrantes da comunidade sentiram-se inspiradas para fazer um curso de assistente jurídico.

Uma participante disse: “Costumávamos apenas sussurrar nossos problemas entre nós mesmas, as viúvas. Jamais poderíamos tê-los discutido abertamente… muito menos com o chefe! Agora, nossos problemas estão sendo compartilhados e sentimos que há mudanças no ar”.

Chris Lunch é o cofundador da InsightShare e lidera a estratégia geral, as operações e a gestão financeira da organização.

Recursos

Escrito por

Escrito por  Ulan Garba Matta

Ulan Garba Matta é uma cineasta, escritora e contadora de histórias nigeriana.

Conteúdo com tags semelhantes

Compartilhe este recurso

Se você achou este recurso útil, compartilhe-o com outras pessoas para que elas também possam se beneficiar.

Cadastre-se agora para receber a revista Passo a Passo

Uma revista digital e impressa gratuita para pessoas que trabalham na área de desenvolvimento comunitário.

Cadastre-se agora - Cadastre-se agora para receber a revista Passo a Passo