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Um sistema de apoio para mulheres

O Programa Mahila Samakhya, de Bihar, na Índia, iniciou-se no final da década de 80 com o objectivo de capacitar as mulheres. No Estado de Bihar, em cada dez mulheres, sete delas não sabem ler ou escrever. O sistema de castas é muito forte. Além disso, a proporção de mulheres em comparação com os homens, que antes era de 1.060 para 1.000, agora é de apenas 911 para 1.000 – isto demonstra um aumento alarmante no número de mortes entre as mulheres.

1998 Disponível em Inglês, Francês, Espanhol e Português

De: Doenças transmitidas por insectos – Passo a Passo 33

Como reduzir os riscos da malária e de outras doenças transmitidas por insetos

O Programa Mahila Samakhya, de Bihar, na Índia, iniciou-se no final da década de 80 com o objectivo de capacitar as mulheres. No Estado de Bihar, em cada dez mulheres, sete delas não sabem ler ou escrever. O sistema de castas é muito forte. Além disso, a proporção de mulheres em comparação com os homens, que antes era de 1.060 para 1.000, agora é de apenas 911 para 1.000 – isto demonstra um aumento alarmante no número de mortes entre as mulheres.

O Programa Mahila Samakhya tem o objectivo de promover a educação e a auto confiança das mulheres mais pobres. As sahayoginis são selecionadas e treinadas pelo Programa Mahila Samakhya. Elas passam a se responsabilizar por dez povoados na região onde vivem e procuram formar grupos.

Estes grupos pequenos de mulheres são conhecidos como samoohs. O crescimento desses grupos tem sido lento e não têm faltado problemas. Às vezes os homens se opõem muito aos samoohs. Mas aos poucos a maioria dos samoohs começaram a tomar forma. Os grupos começaram a reunir-se regularmente, mais mulheres passaram a participar, a confiança entre elas cresceu e elas passaram a discutir mais questões. Os samoohs aos poucos se tornaram uma segunda casa para as mulheres. As mulheres escolhem uma ou duas promotoras entre as membras do grupo para se tornarem sakhis. Com o passar do tempo, elas tendem a exercer as funções das sahayoginis cada vez mais. Treinamento e informações são compartilhadas através do movimento. Há oportunidades para elas se beneficiarem do trabalho de alfabetização. São criadas oportunidades e o potencial das mulheres é desenvolvido. As mulheres compartilham numa melhor compreensão sobre as questões que as afectam e passam a conhecer melhor os seus direitos.

 A história de Roshana

‘Nós sempre acreditamos que estávamos destinadas a passar vergonha, discriminação e fome porque além de sermos mulheres, somos as pessoas mais pobres e insignificantes do povoado. As pessoas ‘importantes’ nos controlavam de todas as maneiras. Nós tínhamos medo delas.’

Roshana, que é viúva, sabe muito bem disso. Um proprietário de terras tinha ocupado, à força, o seu precioso terreno, forçando-a a voltar a viver com os seus pais para garantir a sua sobrevivência. A promotora (sakhi), que tinha acabado de voltar do seu curso de treinamento, se encontrou com Roshana e prometeu que a ajudaria se ela viesse às reuniões do grupo de mulheres (samooh) e compartilhasse os seus problemas com todas as outras mulheres. Roshana ficou muito contente ao encontrar um grupo de mulheres que estavam dispostas a ouví-la. As mulheres do shamooh a incentivaram tanto que ela plantou ervilhas no terreno dela com o propósito de recuperá-lo.

Quando as ervilhas estavam prontas para serem colhidas, os homens que trabalhavam para o proprietário de terras vieram para fazer a colheita. Roshana suplicou-lhes para que não tocassem nas suas plantas. Apesar disso, eles maltrataram e agrediram Roshana.

As mulheres do samooh foram informadas. Elas se organizaram rapidamente, foram até ao terreno e impediram os homens de continuarem a colheita. Elas deram parte na esquadra (delegacia) da polícia contra o proprietário de terras. Ele havia chegado antes das mulheres na esquadra (delegacia) e conseguiu acusar falsamente os maridos de muitas membras do samooh. Apesar disso, as membras do samooh tiveram coragem e muita determinação e ganharam o caso. Depois de alguns dias elas colheram as ervilhas que Roshana havia plantado, sem problemas.

‘O que eu ganhei de volta não foi apenas o meu terreno mas uma segunda vida… Eu nunca mais vou sair desse samooh,’ diz Roshana.

Um movimento em crescimento

Os samoohs são os grupos básicos do Programa Mahila Samakhya. O grupo não funciona apenas como um refúgio onde as mulheres podem compartilhar as suas tristezas e experiências. Eles também funcionam como um instrumento para descobrir a força de vontade que as mulheres possuem e ajudá-las a alcançarem os seus sonhos. Hoje em dia existem mais de 1.000 samoohs no Estado de Bihar, com mais de 25.000 membras e mais de 1.500 promotoras (sakhis) treinadas. As questões que elas têm apoiado incluem:

  • educação primária nos povoados
  • inscrição e manutenção de meninas no sistema escolar
  • cuidados de saúde
  • água potável
  • acção contra vexação (assédio) sexual
  • sistemas de crédito e empréstimos
  • acção contra suborno e corrupção
  • acção para a proteção ambiental
  • treinamento práctico, assim como em construções, estamparia e manutenção de bombas manuais.

Mahila Samakhya, Bihar Education Project, Berltron Bhawan, Bailey Road, Patna – 800 023, Bihar State, Índia.

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