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Artigos

Reintrodução de lagartas comestíveis

A maneira como a restauração de habitats pode melhorar a segurança alimentar e os meios de vida

Violet Ruria 2022

Um menino agachado no chão às margens do Rio Lasa limpando sua colheita de lagartas

Jonathan limpa as lagartas coletadas nas margens do rio Lasa. Foto: Exército da Salvação

Três mulheres na República Democrática do Congo limpando lagartas, colhidas das árvores ao redor de seu povoado, em uma grande tigela

De: Insetos – Passo a Passo 115

Por que os insetos são importantes e como podemos cuidar deles e nos beneficiar com eles

Na Província do Congo Central, na República Democrática do Congo (RDC), as lagartas comestíveis são uma iguaria e têm sido coletadas para consumo há gerações. Elas são ricas em proteínas, gorduras e micronutrientes de alta qualidade e podem ser vendidas no mercado com fins lucrativos.

Entretanto, muitas das áreas de árvores e plantas de que as lagartas precisam para sobreviver foram desmatadas devido à extração de madeira, à agricultura de queimada e à produção de carvão vegetal. O número de lagartas diminuiu e algumas espécies desapareceram completamente. Comunidades que antes dependiam de lagartas e outros produtos florestais para sua alimentação e renda hoje vivenciam altos níveis de desnutrição entre os adultos e as crianças.

Para enfrentar esse desafio, o Exército da Salvação na RDC está trabalhando em parceria com a organização local Songa Nzila para aumentar a disponibilidade de lagartas por meio do reflorestamento e da criação de lagartas. É barato criar lagartas e todos podem participar da sua reprodução e criação, inclusive mulheres, crianças e pessoas com deficiência.

Novas habilidades 

Com o apoio dos anciãos das aldeias, cada comunidade estabelece um Comitê de Gestão de Lagartas. Esses comitês aprendem a criar lagartas e cultivar as árvores de que os insetos precisam para se alimentar e se proteger. Por sua vez, os membros do comitê ensinam essas habilidades às outras pessoas em suas comunidades.

Um grupo grande de crianças sorridentes de pé no meio de uma floresta exuberante, segurando recipientes de plástico coloridos, usados para colher lagartas

As crianças gostam de se envolver em todos os aspectos do projeto. Foto: Exército da Salvação

Para envolver a próxima geração, viveiros de árvores são montados em escolas primárias locais. Cada um contém mais de 3 mil plantas que incluem sete espécies de árvores que servem de alimento para as lagartas. Ao cuidar das mudas com os professores, os alunos aprendem sobre a importância tanto das árvores quanto das lagartas.

As mudas são distribuídas às comunidades para serem plantadas. Uma vez estabelecidas, as árvores atraem diferentes espécies de mariposas que põem seus ovos, os quais, por sua vez, produzem lagartas.

Algumas espécies de mariposas não são vistas nas comunidades há muito tempo. Para ajudar a reintroduzi-las, foi montado um laboratório de reprodução na região, utilizando apenas espécies nativas. Depois de nascerem, as larvas são transferidas para as árvores das comunidades.

Por meio de demonstrações de preparo de alimentos, canções e dramatizações, as pessoas são ensinadas a cozinhar as lagartas de uma forma que mantenha tanto o sabor quanto os nutrientes. Isso inclui receitas especiais para bebês e crianças pequenas.

Muitos benefícios

Kusongi Basega recentemente passou a fazer parte do projeto de lagartas. Ao refletir sobre o progresso que fez até agora, Kusongi disse: “À primeira vista, não se percebe nada, mas estamos vendo uma disponibilidade cada vez maior de deliciosas lagartas comestíveis perto da nossa casa”.

“Ao cuidar das mudas com os professores, os alunos aprendem sobre a importância tanto das árvores quanto das lagartas.”

Kusongi é agricultora e vende mandioca na feira local para sustentar seus seis filhos. Ela espera que em breve também possa vender lagartas para aumentar seus rendimentos.

“A desnutrição logo será uma coisa do passado em nossa aldeia”, disse ela.

  Violet Ruria

Violet Ruria trabalha com o Exército de Salvação no cargo de assessora de Programas para o Desenvolvimento de Meios de Vida Sustentáveis.

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