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Artigos

Uma iniciativa infantil

Tratemento das úlceras de perna  Dra Sherri Kirkpatrick. Em muitos países do Terceiro Mundo, as crianças sofrem de úlceras de perna dolorosas. Um grupo de crianças em idade escolar em Chiba, na República Democrática do Congo, decidiu tomar uma atitude e pediu socorro. Algumas das crianças tinham as pernas cobertas de cicatrizes de úlceras anteriores – às vezes, as pernas estavam deformadas ou aleijadas por causa dos efeitos. Todas elas tinham dores por causa das úlceras com exsudação ...

2000 Disponível em Inglês, Francês, Espanhol e Português

Revistas Passo a Passo em francês, espanhol, português e inglês, espalhadas sobre uma mesa de madeira

De: Serviços de saúde – Passo a Passo 42

Como ajudar as pessoas a tomar boas decisões sobre suas próprias necessidades de saúde

Tratemento das úlceras de perna 

Dra Sherri Kirkpatrick.

Em muitos países do Terceiro Mundo, as crianças sofrem de úlceras de perna dolorosas. Um grupo de crianças em idade escolar em Chiba, na República Democrática do Congo, decidiu tomar uma atitude e pediu socorro. Algumas das crianças tinham as pernas cobertas de cicatrizes de úlceras anteriores – às vezes, as pernas estavam deformadas ou aleijadas por causa dos efeitos. Todas elas tinham dores por causa das úlceras com exsudação atuais. As crianças sabiam que havia clínicas regulares para bebês organizadas por Profissionais de Saúde Comunitária (PSC), e perguntaram se eles poderiam considerar a possibilidade de organizarem clínicas regulares para tratar de suas úlceras.

Com uma mistura da medicina tradicional e ocidental, os PSC em Chiba já trataram, até agora, mais de 1.000 casos de úlceras da perna tropicais. Estas úlceras resultam da má-nutrição e da falta de higiene pessoal. A melhoria da nutrição é muito importante, mas foi também obtido grande sucesso melhorando-se o saneamento. Um dos objetivos principais foi criar um projeto de baixo custo que fosse sustentável, pois podiam-se utilizar os recursos locais.

O tratamento utilizado por eles é descrito na próxima página. Foram afixadas gravuras de cada um dos passos do tratamento em áreas centrais dos povoados, para lembrar as pessoas do tratamento e conscientizá-las. Estas foram plastificadas para durarem mais tempo e as explicações foram fornecidas na língua local.

Foi observada uma melhora dramática nas úlceras já após uma semana. Quando foram analisados os registros, após os primeiros seis meses, os PSC observaram que, de 600 crianças com úlceras de perna, todas, com exceção de algumas (6–8) haviam sido tratadas com êxito. Eles acreditam que os casos em que não houve êxito também teriam sido curados, se o tratamento houvesse sido seguido corretamente.

À medida que a notícia do tratamento bem-sucedido espalhou-se pela região, os profissionais de saúde expandiram sua função de atender as pessoas a nível local para atuarem como consultores para o desenvolvimento de projetos semelhantes nas áreas vizinhas. Como resultado, eles se tornaram muito mais autoconfiantes e conscientes de suas próprias habilidades e, agora, oferecem a liderança para outras atividades comunitárias.

A Dra Kirkpatrick trabalhou por muitos anos oferecendo treinamento para profissionais de saúde na África e no Caribe. Seu endereço é: Graceland College, 1401 West Truman Road, Independence, MO 64050, EUA. E-mail: [email protected]

Meios de escala/etapas do tratamento das úlceras da perna…

1. Foi escolhida uma solução antiséptica tradicional, feita de folhas de goiabeira, como primeira etapa da defesa. Foram colhidas folhas de goiabeira, as quais foram lavadas, colocadas numa panela com água fresca e fervidas por 10 minutos. A solução foi, então, coada, para remover as folhas, coberta e deixada arrefecer/esfriar. 

2. As mães foram ensinadas a lavar as mãos e a ferida com água e sabão. O pano utilizado para lavar era enxaguado e torcido para secar. A seguir, era empapado com a solução antiséptica de folhas de goiabeira e utilizado para lavar a úlcera da perna. Se não houvesse sabão, era utilizada somente a solução de folhas de goiabeira. O pano era guardado num saco de plástico. A úlcera era deixada secar ao ar livre por uma hora, antes de ser coberta com um curativo.

3. As ligaduras (bandagens) e curativos eram feitos de lençóis velhos, muitos dos quais eram provenientes de hotéis que os estavam trocando por lençóis novos. Os lençóis eram lavados e cortados em faixas de um metro de comprimento por 10cm de largura e, então dobrados em quadrados. Uma faixa era utilizada como curativo, e outra era desdobrada e amarrada por cima do curativo, para segurá-lo no lugar. Cada criança recebia um total de quatro faixas. Os curativos usados eram lavados com água e sabão todos os dias, secados ao sol para esterilizá-los e, então, guardados em sacos de plástico para não se sujarem. Cada criança utilizava sempre suas próprias faixas. 

4. Cada úlcera da perna era medida com uma régua de plástico transparente, e o tamanho era registrado na ficha do tratamento. Isto ajudava a mostrar se a úlcera estava diminuindo de tamanho por causa do tratamento. Cada ficha tinha um número, o qual correspondia ao número do saco de plástico da criança. A criança tinha que trazer este saco cada vez que vinha para ser tratada, e eram registradas as novas medidas semanalmente, até a úlcera da perna sarar. 

5. Cada saco de plástico novo continha uma pequena barra de sabão (doada por um hotel), um pano fino para lavar a úlcera e ligaduras (bandagens) suplementares. À medida que o projeto crescia, no entanto, tornou-se evidente que o tratamento teria êxito, mesmo sem o sabão e o pano trazidos de fora.

6. Em casos graves, os PSC colocavam uma pequena quantidade de pomada antibiótica tríplice no curativo, antes de colocá-lo na ferida.

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