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Artigos

Malanda: Oração, acção, reconciliação

2006 Disponível em Inglês, Francês, Português e Espanhol

Revistas Passo a Passo em francês, espanhol, português e inglês, espalhadas sobre uma mesa de madeira

De: Perdão e reconciliação – Passo a Passo 68

Como podemos nos apoiar mutuamente para restaurarmos os relacionamentos desfeitos

A guerra está presente na República Democrática do Congo desde 1996. Este conflito tem muitas causas diferentes, inclusive a disputa pelo poder político, a luta pelo controle dos recursos naturais, a má governação e as diferenças étnicas e tribais.

Os habitantes do povoado de Malanda, onde nasci, pertencem a duas tribos diferentes: a tribo Babembe e a tribo que fala Kinyarwanda. Estas duas tribos tinham uma longa vida pacífica juntas, apesar dos seus costumes diferentes. Porém, em 2002, por causa da guerra, Malanda quase se transformou numa cidade-fantasma: 70% dos habitantes fugiram e muitas casas foram queimadas. Hoje, Malanda é um lugar vibrante novamente. O povoado e a sua igreja local agora são considerados um exemplo do perdão e da reconciliação para toda a região. O que aconteceu?

No início de 2003, a igreja CELPA Pentecostal organizou um retiro para os pastores locais. O tema do retiro foi o perdão e a reconciliação. Dois pastores de Malanda participaram do retiro, um da tribo que fala Kinyarwanda, que havia permanecido no povoado, e o outro, da área florestal onde os outros habitantes de Malanda haviam se refugiado. Os dois pastores comprometeram-se a trabalhar pelo perdão e pela conciliação entre as pessoas de Malanda.

A tarefa não foi fácil, pois os habitantes de Malanda haviam se tornado inimigos e evitavam se encontrar. Um grupo estava a viver na floresta, e o outro, no povoado, estando separados por um rio grande. A comunicação era difícil. Foram enviados convites por carta para um encontro, que os dois pastores deixavam pendurados numa vara na ponte que atravessava o rio. Os dois pastores encontravam-se na ponte, mas ninguém mais aparecia.

Um passo de cada vez

Depois de alguns dias, cada pastor começou a trazer algumas pessoas, principalmente membros da igreja, para encontrar o outro grupo na ponte. Porém, cada grupo ficava de um lado do rio falando alto com o outro grupo. Eles estavam relutantes em aproximar-se uns dos outros por medo de serem atacados. Finalmente, algumas pessoas de ambos os lados, que haviam sido membros do grupo de oração da igreja e costumavam orar e jejuar juntas antes do conflito, concordaram em encontrar-se e orar juntas por três dias de um lado da ponte. Os dois pastores juntaram-se a elas. As pessoas que se encontraram perdoaram-se mutuamente e oraram pelo perdão e pela reconciliação entre os habitantes do povoado. A primeira decisão tomada foi convencer o enfermeiro do povoado e o director da escola, que estavam com o grupo na floresta, a retornarem para o povoado para trabalhar sob a protecção da igreja. As pessoas que haviam ficado no povoado precisavam dos seus serviços profissionais na farmácia e na escola.

Por duas semanas, eles viajaram todos os dias entre os dois locais para trabalhar no povoado. Então, o enfermeiro, o professor e as famílias de dois membros do grupo de oração decidiram estabelecer-se novamente no povoado. Houve uma troca de mensagens de um lado para outro da ponte, pedindo e oferecendo perdão. O movimento de pessoas, presentes, bens e outros serviços intensificou-se de um lado para outro do rio. A reconciliação estava a acontecer. Muitas pessoas voltaram para o povoado para reconstruir as suas casas. Finalmente, a igreja CELPA decidiu organizar um dia de oração e celebração no povoado para marcar a reconciliação total. O evento era aberto para todos os habitantes do povoado, independentemente da sua tribo ou religião. As pessoas oraram, cantaram, dançaram e choraram. No final, os chefes locais e os líderes das igrejas locais fizeram uma declaração pública de que todos os habitantes de Malanda agora se uniriam para se oporem a qualquer tentativa de divisão dentro ou fora do povoado.

Sadiki Byombuka Conselheiro (Facilitador) Regional da Tearfund para a República Democrática do Congo e a República Centro Africana (Sediado em Bukavu/República Democrática do Congo) E-mail: [email protected]

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