O leite materno é o alimento perfeito para os bebês. Ele fornece nutrientes importantes e fortalece seu sistema imunológico. A amamentação ajuda a proteger os bebês contra a desnutrição e doenças como a diarreia e a pneumonia, que podem ser fatais.
Infelizmente, há o risco de que o HIV possa ser transmitido da mãe para o filho durante a amamentação. No entanto, tomando-se as medidas corretas, esse risco pode ser reduzido para menos do que cinco por cento.
As mulheres que vivem com o HIV devem amamentar?
Decidir se as mães soropositivas devem ou não amamentar seus bebês é uma questão complicada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as autoridades de saúde do país devem decidir se aconselharão as mulheres que vivem com o HIV a amamentar ou não.
As autoridades de saúde tomam essa decisão com base na situação local, considerando fatores como os principais riscos para a saúde na região. Por exemplo, algumas áreas não têm um bom fornecimento de água potável e saneamento confiável, ou seja, o risco de diarreia é alto. Nessas regiões, pode ser mais perigoso para a saúde do bebê não ser amamentado por sua mãe soropositiva.
As autoridades devem decidir entre apenas duas opções:
OU
As mães que vivem com o HIV não devem amamentar de maneira alguma, mas, então, devem usar outras fontes de nutrição para o bebê (conhecidas como “alimentação de substituição”).
OU
As mães que vivem com o HIV devem somente amamentar seus bebês durante os primeiros seis meses (veja o quadro). As mães devem receber terapia antirretroviral (TARV), e o bebê deve receber medicamentos antirretrovirais.
A opção que nunca é recomendada para as mães soropositivas durante os primeiros seis meses após o parto é a “alimentação mista”, que consiste em usar uma combinação da amamentação e outros tipos de alimentos e bebidas. Outros alimentos e bebidas (tais como mingau, leite de vaca ou de cabra, ou até mesmo água) podem danificar o revestimento do sistema digestivo do bebê durante esse período, facilitando a infecção do bebê pelo HIV presente no leite materno.
Você pode perguntar ao seu profissional de saúde se o aleitamento materno é recomendado para as mulheres que vivem com o HIV na sua região.
Como reduzir os riscos
TARV PARA MÃES
Todas as mulheres que vivem com o HIV devem receber TARV durante a gravidez e enquanto amamentarem. Isso reduz muito o risco de a mãe transmitir o HIV para seu bebê. É muito importante que a mãe tome os medicamentos da TARV regularmente, exatamente como prescrito pelo médico.
Diferentes países possuem diferentes políticas que determinam por quanto tempo eles fornecem TARV às mães que vivem com o HIV.
- Alguns países fornecem TARV à mãe pelo resto da vida.
- Outros países fornecem TARV à mãe até uma semana após o momento em que ela para de amamentar. Depois disso, eles só continuam a fornecer TARV se o HIV tiver danificado sua saúde até certo ponto.
MEDICAÇÃO ARV PARA BEBÊS
- Se a mãe que vive com o HIV estiver amamentando seu bebê soronegativo, o bebê deverá receber medicação ARV durante as seis primeiras semanas.
- Se a mãe soropositiva não estiver amamentando o bebê, ele ainda assim deverá receber medicação ARV durante o período entre quatro e seis semanas após o parto. (Se, em qualquer momento, o bebê fizer o teste, e for constatado que é soropositivo, ele deverá iniciar a TARV imediatamente.)
Recomendações sobre amamentação para mulheres que vivem com o HIV
As seguintes recomendações aplicam-se somente a países e regiões em que as autoridades de saúde aconselharam a amamentação para as mulheres que vivem com o HIV.
AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA POR SEIS MESES
Durante os primeiros seis meses após o parto, o bebê deverá ser alimentado somente com leite materno, sem receber nenhum outro tipo de alimento ou bebida.
A PARTIR DOS SEIS MESES
- Após os seis meses, a mãe poderá começar a dar ao bebê outros alimentos e bebidas além do leite materno.
- A mãe deverá continuar amamentando até o bebê completar 12 meses de idade. Ela só deverá parar de amamentar quando o bebê puder se alimentar e obter nutrição suficiente sem o leite materno.
Este artigo baseia-se em Consolidated guidelines on the use of antiretroviral drugs for treating and preventing HIV infection (Diretrizes unificadas sobre o uso dos antirretrovirais no tratamento e prevenção da infecção pelo HIV), da Organização Mundial da Saúde, 2013.
Este artigo estava correto no momento da impressão da versão inglesa, em setembro de 2015. Entretanto, as recomendações sobre a amamentação podem mudar com o tempo. Portanto, por favor, verifique com o seu profissional de saúde se as informações contidas neste artigo continuam válidas.