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Um futuro sustentável?

“Mudança climática” é um termo usado para descrever uma mudança de larga escala e longo prazo nos padrões meteorológicos ou nas temperaturas médias da Terra. A mudança climática ocorre, em parte, devido a causas naturais, mas também em consequência das atividades humanas.

2016 Disponível em Inglês, Francês, Português e Espanhol

Revistas Passo a Passo em francês, espanhol, português e inglês, espalhadas sobre uma mesa de madeira

De: Mudança climática – Passo a Passo 99

Todos nós temos um papel a desempenhar no combate à mudança climática

“Mudança climática” é um termo usado para descrever uma mudança de larga escala e longo prazo nos padrões meteorológicos ou nas temperaturas médias da Terra. A mudança climática ocorre, em parte, devido a causas naturais, mas também em consequência das atividades humanas. As temperaturas médias globais passaram a aumentar especialmente desde que os países começaram a queimar carvão, petróleo e gás (conhecidos como combustíveis fósseis), cerca de 200 anos atrás.

Rafiqsa Shikari e sua família enfrentaram uma inundação depois de um ciclone em Bangladesh. Foto: Peter Caton/Tearfund

Rafiqsa Shikari e sua família enfrentaram uma inundação depois de um ciclone em Bangladesh. Foto: Peter Caton/Tearfund

Essa foi a época em que a Revolução Industrial começou, usando o carvão para impulsionar as máquinas. A indústria espalhou-se por várias partes do mundo, com base no imenso poder proveniente da queima de combustíveis fósseis. Esses combustíveis formaram-se a partir de restos decompostos e fossilizados de matéria orgânica, tais como florestas, enterrados há milhões de anos. Hoje, usamos os combustíveis fósseis para inúmeros fins, tais como aquecimento, iluminação e transporte. O petróleo também é usado para fazer outros produtos úteis, como plásticos, tecidos e fertilizantes.

O efeito estufa

Porém, a humanidade agora está sentindo os impactos de um grande efeito colateral da queima destes recursos energéticos impressionantes. Os combustíveis fósseis liberam “gases de efeito estufa”, que incluem o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso. Estes gases acumulam-se na atmosfera do planeta, fazendo com que ela absorva mais calor do sol. Isso muda os padrões meteorológicos normais e as estações. As temperaturas médias aumentarão em vários graus até 2100, a menos que reduzamos drasticamente a quantidade de gases de efeito estufa em nossa atmosfera e comecemos a viver de forma mais sustentável. Em algumas partes do mundo, o aumento na temperatura poderá ser ainda maior. Segundo os cientistas, mesmo que a temperatura global média aumente em apenas 1,5 grau (em relação aos níveis existentes antes da Revolução Industrial), as consequências poderão ser muito sérias para a humanidade.

Nenhum evento meteorológico individual resulta diretamente apenas da mudança climática. Porém, o aumento nas temperaturas tornará os padrões meteorológicos mais intensos. Já estamos sofrendo alguns desses impactos, entre eles:

  • A precipitação pode ser imprevisível e, às vezes, muito mais forte, o que leva a secas mais severas, inundações, desmoronamento de terra, alterações nas estações chuvosas, danos na infraestrutura e quebras de produção agrícola.
  • Os eventos meteorológicos extremos (tais como ondas de calor, inundações e secas) provavelmente se tornarão mais frequentes e intensos. As tempestades oceânicas sazonais estão tornando-se cada vez mais severas.
  • Estão ocorrendo mudanças no oceano. A água do mar expande-se à medida que se aquece, causando um aumento gradual nos níveis marinhos globais. O derretimento das calotas de gelo e de algumas geleiras terrestres também aumenta o nível do mar. Além disso, os oceanos absorveram metade do dióxido de carbono liberado até agora através das atividades humanas. Isso os tornaram mais ácidos, o que acaba ameaçando muitas criaturas e ecossistemas marinhos.

Esforços internacionais

Agora percebemos que, hoje, a mudança climática é um dos maiores desafios que o mundo enfrenta. Ela já está afetando a segurança alimentar e os recursos hídricos e está diretamente ligada ao aumento no número de desastres de média escala, especialmente nos países de baixa renda. Infelizmente, esses impactos continuarão a aumentar por muitos anos no futuro, mesmo que a humanidade tome sérias medidas agora. A mudança climática é uma questão realmente global. Isso significa que precisamos mudar a maneira como planejamos para o futuro e que devemos todos mudar a maneira como vivemos agora.

E a mudança climática não é o único problema. Nas últimas décadas, a humanidade frequentemente tem explorado vários recursos naturais (como peixes, minerais, água e florestas) a tal ponto, que seu suprimento deixou de ser sustentável. Estamos causando uma poluição, destruição e degradação maciças no meio ambiente natural, do qual todos nós dependemos. A população está aumentando rapidamente, e nós simplesmente não estamos vivendo de forma sustentável. No momento, estamos consumindo os recursos naturais anuais de 1,6 planeta Terra por ano. Porém, só temos uma Terra...

Todas essas questões precisam ser abordadas ao lidarmos com a mudança climática. Isso ajudará a garantir que nosso futuro seja seguro e sustentável. As Nações Unidas produziram uma nova série de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para os 15 anos entre 2015 e 2030. Esses objetivos orientarão os esforços dos governos, sociedade civil e empresas para que se tornem mais sustentáveis.

A Cúpula do Clima das Nações Unidas

Desde o início dos anos 90, os governos e a sociedade civil têm trabalhado juntos, através das Nações Unidas, para tentar lidar com as causas da mudança climática no âmbito global. Nos últimos anos, eles também começaram a abordar os impactos da mudança climática, examinando como os países de baixa renda podem adaptar-se e como financiar esta adaptação.

A Organização das Nações Unidas realiza anualmente uma Cúpula do Clima para buscar uma solução global para a mudança climática. Esses encontros reúnem políticos, negociadores e cientistas. É difícil encontrar uma solução equitativa, porque esse é um problema desigual. Os países que mais contribuíram para as emissões de gases de efeito estufa geralmente são os que menos sofrem os impactos da mudança climática. Esses países frequentemente não estão dispostos a tomar medidas para cortar suas emissões. Os países mais afetados pela mudança climática frequentemente são os que contribuíram muito pouco para causar o problema, mas que precisam de ajuda para se adaptarem. Esses países tendem a ser menos influentes, mas podem ter uma poderosa voz moral quando falam e agem juntos.

A Cúpula do Clima de Paris ocorreu em dezembro de 2015. Ela foi especialmente importante, porque o acordo existente (conhecido como Protocolo de Kyoto) expirou em 2015. As pessoas tinham grandes expectativas em relação à cúpula, e os cristãos oravam por um acordo global significativo e equitativo sobre o clima. Felizmente, depois de duas semanas difíceis e tensas de discussões e negociações, 195 países aprovaram unanimemente o Acordo de Paris. Esse foi um momento histórico – a primeira vez em que um acordo global pleno para o clima era firmado! Muitos países e organizações teriam preferido metas mais rígidas, mas o Acordo de Paris representa um ponto de partida positivo para a ação global.

Que medidas podemos tomar?

Aprender sobre a mudança climática e a pressão nos recursos mundiais pode parecer difícil, mas, se nos unirmos em nossas comunidades e organizações, todos nós poderemos fazer a diferença. Não é necessário entender totalmente todos os processos complexos envolvidos. Você pode simplesmente escrever e dizer aos políticos que impacto a mudança climática está causando na sua situação. Talvez você também possa ajudar a influenciar as negociações globais em andamento, procurando conhecer as pessoas que negociam em nome do seu governo e influenciando-as antes de reuniões internacionais. As comunidades e igrejas podem desempenhar um papel eficaz, ajudando os governos a tomar boas decisões sobre a mudança climática. Muitos dos parceiros da Tearfund conseguiram fazer isso e tornaram-se assessores de confiança dos governos. Enquanto cristãos, podemos compartilhar nossa preocupação pela preciosa criação de Deus, refletindo em espírito de oração sobre nosso ambiente, nossa vida e nosso uso dos recursos.

Isabel Carter liderou a equipe de Publicações Internacionais da Tearfund até 2007. Hoje, ela é escritora e editora freelance, com um interesse especial em questões de mudança climática. Leitura adicional (em inglês): www.prayandfastfortheclimate.org.uk


Nepal na Cúpula do Clima das Nações Unidas
Raju Pandit Chhetri

O Nepal é um pequeno país sem saída para o mar, no Himalaia, rico em recursos naturais e vida selvagem. Porém, a mudança climática tornou-o um dos países mais vulneráveis do mundo. Quase 70 por cento da população depende da agricultura. Os agricultores são os primeiros a serem atingidos pelo impacto da mudança climática. As inundações, desmoronamentos de terra e secas estão ocorrendo com mais frequência do que nunca, e houve grandes alterações no padrão das chuvas das monções.

O Nepal passou algum tempo preparando-se para levantar suas preocupações em Paris, na Cúpula do Clima das Nações Unidas, em dezembro de 2015. Nosso principal foco era obter apoio para nos ajudar a nos adaptarmos à mudança climática. Outra prioridade era lidar com os danos permanentes causados ao nosso país devido à mudança climática. O Nepal decidiu pedir aos países mais ricos para que tomassem medidas ambiciosas para reduzir suas emissões de carbono. Nosso objetivo era desempenhar um papel construtivo como um dos 48 países vulneráveis e pobres representados em Paris.

Raju Pandit Chhetri é o Diretor do Centro de Recursos Prakriti, Kathmandu, Nepal. Anteriormente, Raju trabalhou durante muitos anos com uma das organizações parceiras da Tearfund no Nepal.


Palavras usadas neste artigo

Emissões, neste artigo, refere-se aos gases de efeito estufa liberados na atmosfera.

Sustentável significa que algo pode continuar no longo prazo.

Desenvolvimento sustentável significa atender às necessidades de hoje sem prejudicar a capacidade das futuras gerações de atenderem às suas necessidades.

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