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Artigos

Passos para uma maior resiliência

Atividades para nos ajudar a entender os riscos e tomar medidas para desenvolvermos nossa resiliência

Escrito por Hilda Romero 2024 Disponível em Inglês, Espanhol, Português e Francês

Illustration shows a group of eight people sitting outside on a blanket. One man holds a clipboard and a lady sitting on a stool raises her hand.

Ilustração mostrando um grupo de oito pessoas de idades variadas, sentadas sobre um cobertor, perto de algumas árvores. Um homem segurando uma prancheta e uma senhora com a mão levantada, sentada em um banquinho.

Duas mulheres nepalesas vestidas com roupas tradicionais em cores vivas, enchendo recipientes grandes com cereais, enquanto um grupo de mulheres da sua comunidade as observa. Uma montanha grande e íngreme, com algumas casas aparecendo por trás.

De: Redução do risco de desastres - Passo a Passo 122

Como desenvolver a resiliência individual e comunitária para que a probabilidade de desastres seja menor

Se somos frequentemente afetados por eventos extremos, como terremotos, inundações, furacões ou secas, talvez não seja possível nos recuperarmos de um evento antes de sermos afetados por outro. 

Por exemplo, em novembro de 2020, o furacão Eta causou chuvas torrenciais, ventos fortes, inundações e tempestades na América Central, causando uma devastação generalizada em áreas já afetadas pela insegurança alimentar e que contavam apenas com cuidados de saúde limitados. Então, depois de apenas duas semanas, o furacão Iota afetou muitas das mesmas comunidades, deixando-as numa situação ainda pior.

Podemos pensar nas tempestades, nos terremotos e nas secas como “desastres naturais” sobre os quais nada podemos fazer. Poderíamos nos resignar e esperar pela ajuda do governo, de organizações de ajuda humanitária ou de outros países.

Esse apoio externo pode salvar vidas no curto prazo, mas provavelmente ainda teríamos necessidades significativas não atendidas, o que dificultaria ainda mais a nossa resposta quando outras emergências ocorressem. Consequentemente, podemos acabar passando por crises quase constantes, com efeitos de curto e longo prazo na nossa saúde física e mental. 

Seguir em frente

Use as três atividades a seguir para ajudar sua comunidade a compreender que, em vez de simplesmente esperar pela ajuda externa, a melhor maneira de superar as crises constantes é desenvolver sua própria resiliência. 

Procure envolver o maior número possível de pessoas na conversa, inclusive crianças, pessoas com deficiência, homens e mulheres jovens e idosos.

 Saiba mais

Discussões de grupos focais da comunidade, minicurso on-line

1. O que é um desastre?

Leiam Mateus 7:24-27

Essa passagem lembra-nos de que devemos construir nossa vida sobre o forte fundamento dos ensinamentos de Jesus. Ela também pode nos ajudar a compreender a diferença entre uma ameaça de desastre e um desastre de fato. 

Duas casas são expostas à mesma tempestade e aos mesmos ventos (a ameaça), mas apenas uma delas desaba. O desastre não é a tempestade ou os ventos. O desastre são os danos e as perdas que ocorrem quando uma das casas desaba.

Se a casa não tivesse sido construída sobre areia, ela não desabaria. E se a tempestade e os ventos não tivessem acontecido, a casa não desabaria. 

Não havia nada a fazer para deter a tempestade. Mas havia diferentes escolhas sobre onde e como construir a casa. 

Discutam

  • Que motivos podem levar uma casa a desabar durante uma tempestade? (Exemplos: construí-la em terrenos de má qualidade, propensos à erosão, a deslizamentos de terra ou inundações; construção e materiais de má qualidade; e alicerces inadequados.)
  • Quais poderiam ser as causas fundamentais? (Exemplos: pobreza ou discriminação, levando as pessoas a construir casas em áreas de alto risco; falta de dinheiro para comprar materiais de boa qualidade; falta de conhecimento; e corrupção.)

Reflitam

  • Qual foi o último desastre que ocorreu na sua comunidade? (Pensem nas perdas humanas e materiais, e não no desastre em si.)
  • Quais foram os impactos físicos, emocionais e econômicos na população?
  • Como esse desastre poderia ter sido evitado?
  • O desastre foi agravado pelas atividades humanas? Como? 
  • Se a sua comunidade fosse uma casa, vocês diriam que ela foi construída sobre rocha ou sobre areia? Por quê?
Ariel view of a group of six members of a community sitting at a table. On the table is a community map they have created that shows depictions of a church, houses, trees, fields, a bridge and a river.

Ilustração mostrando uma vista aérea de um grupo de seis membros de uma comunidade sentados a uma mesa. Sobre a mesa, um mapa da comunidade criado por eles, mostrando uma igreja, casas, árvores, campos, uma ponte e um rio.

Quais são os riscos?

Desenhem um mapa da sua comunidade mostrando:

  • as características naturais, como rios, nascentes, zonas húmidas, florestas e colinas, bem como terras agrícolas e pastagens
  • infraestruturas, como casas, lojas e mercados, estradas, pontes, postos de saúde, empresas, serviços de emergência, escolas, prédios religiosos, centros comunitários e prédios do governo
  • serviços públicos, como pontos de água, latrinas, sistemas de drenagem, fontes de energia e locais onde os resíduos sólidos são coletados ou despejados

Façam uma lista das ameaças de desastres que há em sua região, como, por exemplo, tempestades, terremotos, incêndios, deslizamentos de terra, inundações, secas ou conflitos. 

Para cada ameaça da sua lista, façam as seguintes perguntas, usando o seu mapa para ajudá-los:

  • Que prédios ou estruturas correm maior risco? 
  • Quais pessoas em áreas específicas correm maior risco? 
  • Que impacto poderia haver nos meios de vida, nas plantações e nos animais? 
  • Que impacto haveria na água e nos suprimentos de alimentos? 
  • Que impacto haveria nas comunicações (estradas, pontes e telefones)?
  • Como a saúde, a educação, o saneamento, a eletricidade e outros serviços poderiam ser afetados?

Usem uma cor viva para marcar no mapa as áreas da comunidade que vocês acham que correm maior risco de serem afetadas pelas ameaças de desastres identificadas. Escrevam ou desenhem uma lista das pessoas que seriam mais afetadas.

Saiba mais: Mapeamento da comunidade, minicurso on-line

The inside of a storeroom containing bags of grain, seeds and a large bucket of water, as well as construction tools, spades and a pair of crutches. One man piles up the bags of grain as another, holding a clipboard, counts the supplies.

Ilustração do interior de um depósito contendo sacos de cereais, sementes e um balde de água grande, bem como ferramentas de construção, pás e um par de muletas. Um homem está empilhando sacos de cereais, enquanto outro, segurando uma prancheta, conta os suprimentos.

3. O que podemos fazer para reduzir esses riscos?

Visitem as áreas que vocês marcaram no mapa e discutam o que poderia ser feito para reduzir o risco de desastres nelas. 

Algumas ideias poderiam ser: 

  • mudar as práticas agrícolas
  • restaurar o meio ambiente
  • melhorar a infraestrutura (estradas, prédios públicos, pontos de água, fornecimento de energia etc.)
  • tomar medidas para se preparar para ameaças de desastres, como, por exemplo, armazenar alimentos e combustível
  • desenvolver sistemas de alerta precoce

Concentrem-se em usar habilidades e recursos já disponíveis em sua comunidade sempre que possível.

Discutam

  • Que mudanças ajudariam a sua comunidade a se tornar mais resiliente aos desastres?
  • Que estratégias e atividades ajudariam vocês a alcançar essas mudanças a curto e a longo prazo, da forma mais econômica e impactante possível?
  • De quais recursos vocês precisariam (por exemplo, habilidades, tempo, mão de obra, dinheiro e materiais)? 
  • Quais desses recursos vocês já possuem em sua comunidade? 
  • Vocês poderiam pedir ajuda aos representantes do governo local?
  • Quem mais pode participar?

Ajam

Depois de concluírem essas atividades, você e sua comunidade estarão prontos para desenvolver e implementar um plano de ação para ajudar a desenvolver a resiliência da comunidade. 

Há vários recursos disponíveis para ajudá-los a fazer isso
O mais importante é começar. Cada medida que vocês tomarem para reduzir o risco de desastres em sua comunidade valerá a pena.

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Escrito por  Hilda Romero

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