“O aumento das doenças crônicas não-transmissíveis traz um desafio enorme… As doenças não-transmissíveis representam um golpe duplo para a economia e o desenvolvimento. Elas causam bilhões de dólares em perdas na receita nacional e colocam milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza a cada ano.”
Dra. Margaret Chan, Diretora-Geral, Organização Mundial da Saúde
As doenças não-transmissíveis (DNTs) não são contraídas. Ao invés disso, elas se desenvolvem devido tanto a fatores genéticos (herdados através da linhagem familiar) quanto a fatores relacionados com o estilo de vida. As quatro principais DNTs – doenças cardíacas, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica (doenças de pulmão conhecidas como DPOC) e diabetes – são as maiores causas de mortalidade no mundo. Mais de 36 milhões de pessoas morrem a cada ano em conseqüência de DNTs (63 por cento das mortes no mundo), sendo que nove milhões destas pessoas morrem antes de atingirem 60 anos de idade. Mais de 90 por cento destas mortes prematuras ocorrem nos países em desenvolvimento, e a maioria poderia ser prevenida.
As doenças cardíacas causam a maior parte das mortes por DNTs (17 milhões por ano), seguidas de câncer (7,6 milhões), DPOC (4,2 milhões) e diabetes (1,3 milhão). Juntas, estas quatro doenças causam 80 por cento de todas as mortes por DNTs.
Um fardo para as comunidades
Para as pessoas que vivem na pobreza, as DNTs podem ter um sério impacto. A pessoa freqüentemente sofre de DNTs por muitos anos, colocando um grande fardo financeiro sobre a família além da agonia da doença em si. Em muitos casos, a pessoa doente não pode trabalhar ou só pode trabalhar meio período, além de ser necessário que outros familiares também permaneçam em casa para cuidar dela. Os custos da assistência médica também podem fazer com que a família contraia dívidas.
O crescimento econômico é afetado porque, quando estão doentes, as pessoas não podem contribuir para a economia. Muitos governos estão percebendo que a prevenção das DNTs é uma forma importante de reduzir a pobreza.
Fatores comuns de risco
As quatro principais DNTs possuem quatro fatores de risco em comum, os quais aumentam as chances de uma pessoa desenvolver doenças cardíacas, diabetes, câncer ou DPOC:
- tabagismo
- sedentarismo
- uso prejudicial de bebidas alcoólicas e
- alimentação deficiente.
Se os principais fatores de risco das DNTs fossem eliminados, 75 por cento das doenças cardíacas e do diabetes seriam prevenidos, e 40 por cento do câncer.
Ação global
Em setembro de 2011, as Nações Unidas realizaram a primeira reunião de alto nível sobre as DNTs para definir uma nova agenda global e convocar a ação. O evento reuniu Chefes de Estado e Governos, parlamentares, Organizações Não Governamentais (ONGs), acadêmicos e redes que trabalham com a prevenção e o controle de DNTs. O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, reconheceu o grande desafio à frente. “Este será um esforço gigantesco, mas estou convencido de que teremos sucesso”, disse ele em seu discurso na sessão de abertura.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que o custo para reduzir significativamente os índices de DNTs nos países de baixa renda seria de US$1-3 por pessoa, o que seria uma forma muito barata de aumentar a expectativa de vida. Há previsão de que os casos de DNTs aumentem consideravelmente ao longo da próxima década, portanto, é necessária ação urgente.
O que podemos fazer?
Em âmbito comunitário, a promoção e a educação em saúde sobre os principais fatores comuns de risco podem ser realizadas por agentes sanitários, igrejas e outros grupos comunitários. Eles também podem oferecer apoio às pessoas que quiserem mudar seu estilo de vida, como, por exemplo, parando de fumar ou melhorando sua alimentação. Os indivíduos podem fazer a sua parte promovendo uma saúde melhor e tornando a vida saudável algo atraente para os outros ao seu redor.
Para obter mais informações sobre como as DNTs estão sendo colocadas na agenda global, acesse o site da NCD Alliance: www.ncdalliance.org