As pessoas que trabalham com membros de sua própria comunidade que sobreviveram a eventos traumáticos estão expostas a muitos desafios físicos e emocionais.
Por exemplo:
- Elas provavelmente trabalham em situações difíceis e perigosas ao mesmo tempo que procuram atender às necessidades dos membros da sua família.
- Muitas vezes, elas próprias passaram ou estão passando por uma crise e podem estar sofrendo de trauma.
- Eles podem estar sofrendo a dor da perda de entes queridos.
- À medida que apoiam outros sobreviventes e ouvem suas histórias, elas podem ficar cada vez mais tristes e estressadas (conhecido como o “trauma vicário” ou estresse traumático secundário).
No Iraque, muitos membros da equipe nacional da Tearfund eram sobreviventes dos ataques de 2014 do Estado Islâmico no Iraque e na Síria e dos deslocamentos subsequentes. Todos os dias, eles precisavam passar pelos postos de controle militar, lidavam com as expectativas da comunidade e prestavam serviços essenciais de apoio.
Em reconhecimento às pressões pelas quais eles estavam passando, a Tearfund, juntamente com uma organização parceira local, lançou uma iniciativa em 2019 para apoiar sua resiliência e bem-estar.
A iniciativa consistia em três componentes:
- Treinamento sobre temas como estresse, autocuidado, gestão de estresse interpessoal e compreensão sobre trauma.
- Consultas periódicas em grupo com um terapeuta local para ajudá-los a falar sobre os desafios, inclusive o estresse relacionado com o trabalho, a perda e o luto.
- Consultas individuais para os funcionários que precisassem de apoio psicológico privado.
Os participantes disseram que seu principal aprendizado foi sobre as estratégias de autocuidado e enfrentamento. Um membro da equipe disse: “Sinto-me mais preparado para enfrentar o estresse. Eu costumava evitar o estresse, mas agora sei que consigo geri-lo melhor no âmbito pessoal”.
Outros notaram mudanças no comportamento da equipe, inclusive uma melhor compreensão mútua, compaixão e paciência. “Esse tipo de treinamento é muito útil”, disse um participante. “Ele proporciona um espaço para conversarmos uns com os outros e entendermos como nossos colegas estão se sentindo.”