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Compartilhando uma habilidade

por Mike Carter. Todos nos podemos nos lembrar de quando nos ensinaram certas habilidades. Às vezes uma atividade difícil se tornava fácil com um treinamento claro e a perícia adquirida permaneceu conosco desde então. Em outros momentos o treinamento foi confuso; uma tarefa fácil foi feita difícil e ainda não a podemos executar.

1995 Disponível em Inglês, Francês, Português e Espanhol

Revistas Passo a Passo em francês, espanhol, português e inglês, espalhadas sobre uma mesa de madeira

De: Treinamento – Passo a Passo 22

Diferentes abordagens de treinamento e facilitação

por Mike Carter.

Todos nos podemos nos lembrar de quando nos ensinaram certas habilidades. Às vezes uma atividade difícil se tornava fácil com um treinamento claro e a perícia adquirida permaneceu conosco desde então. Em outros momentos o treinamento foi confuso; uma tarefa fácil foi feita difícil e ainda não a podemos executar.

Qual é a diferença entre treinamento bom e ruim? Ensinar uma habilidade é em si mesmo um desafio, algo que pode ser aprendido. Pensar nos pontos seguintes poderá ajudá-lo a se tornar um melhor instrutor.

Saiba quem se está instruindo

Dedique um tempo considerando quem são os alunos. A experiência deles afetará grandemente o estilo, a maneira e o conteúdo da instrução.

  • O sexo
  • a idade
  • os interesses e necessidades
  • a experiência prévia
  • as habilidades relacionadas
  • o conhecimento relacionado
  • as habilidades e incapacidades
  • o nível de alfabetização e uso de números
  • linguagem e idioma materno

…do aluno afetará

  • a maneira
  • a rapidez
  • o vocabulário
  • o ponto de partida
  • o método de ensino
  • as suposições
  • o conteúdo das lições
  • a linguagem de instrução

…do treinador.

Estabeleça seus objetivos

Muito treinamento é baseado no que o treinador quer ensinar em vez do que o aluno quer aprender. O compartilhar de habilidades deve ser centralizado no aluno e não no instrutor. Um objetivo deve portanto começar com uma frase assim, ‘No final desta instrução, o aluno deverá…’

Um bom objetivo responde às perguntas…

  • O que o aluno fará?
  • Como eles o farão? Com quê? Onde?
  • A que nível a habilidade será executada?

Muitos objetivos são muito vagos. No final da instrução é difícil dizer se o objetivo foi alcançado ou não. Um bom objetivo é claro e mensurável.

Toda instrução deve ser completada em um tempo limitado e por isso é importante que os objetivos sejam realistas, ambos em termos do que o aluno pode atingir e em termos do tempo disponível.

Identificando estágios de aprendizado e pontos chave

Todas, exceto as habilidades mais simples, podem ser divididas em estágios de aprendizado. O aluno precisa ser capaz de fazer cada estágio antes de passar para o próximo. Em cada estágio haverá pontos chave para enfatizar:

  • coisas importantes para ter em conta
  • erros comuns que as pessoas cometem
  • pontos legais ou de segurança que devem ser anotados.

Mantenha o número de pontos chave ao mínimo. Não torne a habilidade mais complicada do que ela é!

Preparando sua apresentação

É útil escrever um Plano de Treinamento de Habilidades, talvez semelhante ao exemplo dado na seguinte página.


Exemplo trabalhado: fabricação de um cabresto temporário

A introdução é muito importante. Como você motivará os alunos? Explique as circunstâncias; o que eles estão aprendendo hoje pode ser relacionado com outras habilidades que eles já dominem. Por que vale a pena aprender a habilidade? Explique claramente os seus objetivos. Crie uma atmosfera agradável de aprendizado.

Planeje a parte principal da instrução. Com certas habilidades é uma boa idéia demonstrar o processo todo rapidamente e então repetí-lo – desta vez lentamente, estágio por estágio – permitindo que os alunos executem a tarefa ao mesmo tempo. 

 

PLANO DE TREINAMENTO DE HABILIDADES - fabricação de um cabresto temporário

PLANO DE TREINAMENTO DE HABILIDADES

PREPARAÇÃO

Habilidade:

Fazer um cabresto

Objetivo:

 

 


 

 

Grupo aprendiz:

Os alunos aprenderão a fazer um cabresto temporário para ovelhas, cabras
ou bezerros.


Grupo de Agricultores de Bagamoyo, esperam-se 8 agricultores

Onde e quando?

Bagamoyo – na fazenda do Sr Ali. 4/5/95 – das 10 às 12 da manhã.

Equipamento
necessário:

8 medidas de corda, com 2 metros de comprimento, de 7-10 mm de diâmetro.
8 ovelhas ou cabras.

APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

Muito útil para examinar animais jovens, ao vacinar, tratar ou ao levar
animais jovens ao mercado.

5min

DEMONSTRAÇÃO

Demonstre duas vezes.

30 min

ESTAGIOS DE APRENDIZAGEM

 

1. Escolha da corda

PONTOS CHAVE

 

*Uma corda de no mínimo 2 metros de comprimento e de 7 a 10 mm de
diâmetro.
*A corda não deve ser muito fina ou machucará muito o animal.

2. Faça o laço no
fim da corda

Faça o laço o menor e mais próximo possível do fim da corda.

3. Faça o laço no
meio da corda

A distância correta entre os laços varia com o tamanho do animal;
120 mm para uma ovelha ou cabra pequena; 150-180 mm para bezerros grandes.

4. Termine o cabresto

Passe a outra extremidade da corda por entre o laço no fim da corda primeiro
e então pelo laço no meio da corda.

5. Compreenda as
partes do cabresto

*A corda entre os nós é chamada de ‘elo fixo’; não pode aumentar nem encurtar.

*A corda com a qual você pode guiar o animal é chamada de ‘rédea’.

6. Compreenda como o
cabresto é colocado
no animal

*O ‘elo fixo’ deve ser colocado sobre o nariz e não sob a mandíbula. Se o
elo se movimentar para debaixo da mandíbula, a respiração pode ser limitada.

*Da ‘rédea’, a corda deve ser colocada primeiro sob a mandíbula e não sobre a
cabeça. O cabresto, desta forma, escapará com menos facilidade.

*A pessoa lidando com o animal geralmente fica no seu lado esquerdo
e por isto, a ‘rédea’ deve ficar no lado esquerdo.

A PRATICA DO ALUNO

Trabalho em pares. Todos os agricultores devem praticar
alternadamente.

70 min

AVALIAÇÃO

Teste cada cabresto ao ser terminado.

5min

CONCLUSÃO

Os agricultores devem repetir os estágios de aprendizado e os pontos
chave. Relembre aos alunos que este cabresto serve apenas para uso
temporário.

10min

 

Trabalho em Grupo

1. Se você estiver fazendo uma discussão em grupo sobre como compartilhar habilidades, tente esta encenação. Peça que quatro participantes encenem duas situações diferentes. Em cada uma, um instrutor vai ensinar um aluno como preparar um bule de chá. Não diga aos outros participantes sobre os papéis sendo encenados.

  • Um sargento do exército instruindo um novo soldado
  • Uma mãe instruindo uma criança de seis anos

Discuta depois a encenação. Os outros participantes conseguem adivinhar os papéis que estavam sendo encenados? Quais foram as diferenças entre as duas situações – mesmo que ambas tenham sido sobre a mesma habilidade? Como elas se diferenciaram na maneira, nas palavras usadas, na rapidez, nas suposições feitas, na linguagem corporal?

2. Pense em uma situação de treinamento que os membros de um grupo possam experimentar no futuro; talvez com um grupo de agricultores, um grupo de profissionais de saúde da comunidade ou um grupo de crianças estudantes. Que informação eles, como instrutores, precisam ter sobre o grupo aprendiz para ajudar a planejar o treinamento? Faça uma lista da informação necessária.

3. Discuta os seguintes objetivos. Eles são bons ou ruins? Por quê? Eles satisfazem os comentários expostos acima?

1 Ensinar o grupo sobre soldagem.

2 Trocar a roda dianteira de um trator.

3 Os alunos deverão medir a temperatura de uma criança.

4 Mostrar aos alunos como enxertar mudas de plantas cítricas usando o método T.

5 Os alunos poderão transplantar mudas de pés de berinjela de sementeiras para tabuleiros em uma média de 45 por minuto com 9 mudas sobrevivendo entre 10.

4. Peça para que cada participante escreva o seu próprio Plano de Treinamento de Habilidades sobre qualquer habilidade que eles queiram compartilhar. Estas habilidades podem ser em qualquer área – saúde, agricultura, florestamento, construção, trabalhos de artesanato, etc. Permita que cada pessoa instrua um outro membro do grupo nesta habilidade. Depois de cada instrução, discuta em grupo os pontos positivos e qualquer coisa que possa ser melhorada.

Permita bastante tempo para os alunos praticarem. Aprendemos uma habilidade praticando-a, mais do que por ouvir e ver outros a fazerem.

Planeje como você vai avaliar no final se os alunos adquiriram a nova habilidade.

Conclua repetindo os pontos principais. Mencione outras habilidades relacionadas que os alunos poderão aprender no futuro.

OBSERVAÇÃO: O cabresto mostrado neste exemplo é somente para uso temporário. Depois de algum tempo o nó machucará a cabeça do animal. Uma pessoa com experiência em fazer nós (entrançamento) poderá fazer um cabresto semelhante sem o uso de nós grandes.

Um cabresto maior pode ser usado em gado adulto, mas o animal necessitará ser treinado a usar cabrestos desde jovem.  

Mike Carter trabalha no Departamento Internacional do Bishop Burton College, Beverley, N Humberside, Reino Unido, com experiência no Quênia, Papua Nova Guiné e Nigéria

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