pelo Dr Thomas Kroeck.
Métodos de aprendizagem e acção participativa (AAP) podem ser muito úteis como métodos de recolha de informações para o planeiamento e implementação de projectos de desenvolvimento. Eles têm várias vantagens em comparação com pesquisas formais.
Algumas destas vantagens são…
- As pessoas locais são incentivadas a participar desde o começo quando os projectos são planeiados.
- Os custos com o uso de métodos de AAP são geralmente mais baixos do que com pesquisas formais.
- A informação pode ser colocada imediatamente à disposição de todos, aos da comunidade e aos que planeiam o projecto.
Devido a isto, os métodos de AAP são muito adequados para as organizações de desenvolvimento com uma abordagem de baixo para cima e com recursos financeiros e humanos limitados, assim como igrejas e outras ONGs.
Na Diocese do Monte Kilimanjaro, esta abordagem de desenvolvimento ainda é nova. Alguns métodos de AAP foram usados em seminários mas ainda estamos aprendendo como usar AAP para o planeiamento e implementação de projectos de desenvolvimento sustentáveis.
Em outubro de 1992, usamos os métodos de AAP na aldeia Kiru Dick, no distrito de Babati, pelas seguintes razões:
- para ajudar os moradores da aldeia a compreenderem a sua própria situação e tomarem uma atitude para o seu próprio desenvolvimento
- para ajudar os trabalhadores a tempo parcial da igreja (evangelistas) da região de Babati a assumirem uma função activa no desenvolvimento de suas aldeias
- para adquirirem uma compreensão mais profunda da situação nas áreas rurais para poderem planeiar projectos relevantes de desenvolvimento e programas de treinamento.
Informações sobre a área
A aldeia de Kiru Dick está no distrito de Babati no norte da Tanzania. Ela fica a 12 km ao noroeste da cidade de Babati, nos declives do sul do Vale de Kiru, que faz parte do Vale Rift. Kiru Dick consiste em quatro vilas com uma população total de aproximadamente 1,700 pessoas. Escolhemos a vila de Mbuni para usarmos os exercícios de AAP. Ela tem uma área de aproximadamente 20 km2 e uma população de aproximadamente 640 pessoas. Pelo menos um terço da área é cultivada por sítios (quintas) arrendadas.
A equipe de AAP
Usamos uma equipe de 20 pessoas – algumas da aldeia e algumas de fora. A equipe principal ficou responsável pela organização. Eles incluíram o agente de desenvolvimento da diocese, dois técnicos agrícolas de um centro de treinamento de uma diocese, um trabalhador do Clube de Mães, pessoas locais indicadas pelo governo da aldeia e pela igreja e obreiros das igrejas da região de Babati que haviam recebido treinamento durante três meses no centro de treinamento. Treze membros da equipe eram da aldeia e sete eram de fora. Havia cinco mulheres e quinze homens. A maioria dos membros da equipe tinham educação primária e todos eram alfabetizados.
Foi feita uma visita inicial um mês antes do seminário e os exercícios de AAP propostos foram discutidos com os líderes da aldeia e anciãos da igreja. No entanto, não foi definido um programa definido na época. Quando eles chegaram, a equipe ficou sabendo que a direcção da aldeia já tinha anunciado o seu programa. Como resultado disto, o programa preparado pela equipe foi ajustado um pouco. Outras mudanças foram feitas durante a realização do seminário. O seguinte programa é o resultado deste processo.
Programa
Primeiro dia À chegada, os membros da equipe reuniram-se primeiro com o líder da aldeia, seu secretário e mais tarde com os anciãos e discutiram sobre a história da aldeia, problemas de saúde, de agricultura e criação de gado.
Segundo dia A equipe reuniu-se para apresentar os novos membros, explicar os princípios do método AAP e para aprender sobre o uso de calendários das estações e mapeamento. À tarde eles começaram os exercícios com os moradores da aldeia. Eles começaram o delineamento da vila de Mbuni com eles e depois prepararam um calendário das estações. (Veja as páginas 8–9.)
Terceiro dia A equipe discutiu sobre a recolha de informações através de entrevistas informais e discussões em grupo. À tarde eles se dividiram e se reuniram com três grupos – mulheres, jovens e líderes comunitários (com os quais fizeram exercícios de classificação). À noite, eles foram apresentados aos cortes transversais.
Quarto dia No dia seguinte, eles dividiramse novamente em três grupos – dois deles atravessaram cortes transversais diferentes e o terceiro grupo visitou o posto médico para recolher informações sobre a situação de saúde.
Durante a semana, a equipe reuniu-se regularmente para discutir sobre as actividades e avaliá-las – geralmente cedo pela manhã e todas as noites.
Quinto dia Na última manhã, eles reuniramse para discutir os resultados e sobre como apresentá-los aos moradores da aldeia.