Calcula-se que haja 50 milhões de pessoas com epilepsia no mundo. A maioria delas (85%) vivem no mundo em desenvolvimento, onde, muitas vezes, há uma considerável discriminação, devido à ignorância sobre este problema de saúde, e muitas dificuldades em se obter um tratamento eficaz. A Campanha Mundial contra a Epilepsia procura superar as barreiras médicas e sociais que afetam a qualidade de vida das pessoas com epilepsia.
O que é a epilepsia?
Epilepsia é o nome dado a um desequilíbrio do sistema nervoso que causa dois ou mais ataques ou convulsões. Os ataques podem variar entre muito leves, afetando a visão ou a atenção da pessoa por alguns segundos, e muito fortes, com espasmos musculares e perda de consciência por algum tempo. A epilepsia pode começar em qualquer idade, mas geralmente começa durante a infância ou na velhice. Há mais pessoas com epilepsia nos países em desenvolvimento, porque a malária, a meningite, as complicações durante o parto e a má-nutrição resultam num risco maior de danos cerebrais.
Implicações sociais
A epilepsia é geralmente mal compreendida, em parte, porque as convulsões podem ser assustadoras de se assistir. Ela, muitas vezes, é associada ao sobrenatural ou à possessão demoniaca. Em países como Camarões, a Índia, a Indonésia e a Swazilândia, as pessoas acham que os que têm epilepsia são afetados por espíritos maus. Em Uganda, acredita-se que a epilepsia seja contagiosa.
As pessoas com epilepsia têm mais probabilidades de morrer jovens, por causa do risco de se ferirem durante os ataques. Elas também têm um índice de suicídio mais alto, por sentirem-se isoladas pelas suas comunidades.
- As crianças com epilepsia nos países em desenvolvimento raramente recebem uma educação adequada.
- Na China e na Índia, as pessoas com epilepsia raramente conseguem casar-se.
- No Reino Unido e nos Estados Unidos, as leis impediam que as pessoas com epilepsia se casassem até 20 ou 30 anos atrás.
- As pessoas com epilepsia acham muito mais difícil encontrar trabalho.
Tratamento
A medicação eficaz pode controlar os ataques da maioria das pessoas. Contudo, apesar disto, três em cada quatro pessoas com epilepsia não recebem nenhum tratamento. Isto deve-se principalmente à falta de recursos financeiros. Nos países ao sul do Saara, há apenas um neurologista para cada quatro milhões de pessoas. Mesmo quando a epilepsia é diagnosticada e há remédios, eles geralmente são caros e de baixa qualidade. A maioria das pessoas volta-se, então, aos curandeiros tradicionais. Entretanto, o tratamento da epilepsia por todo o mundo poderia ser alcançado por um preço provável de $5 dólares por pessoa por ano.
A Campanha Mundial contra a Epilepsia
Em resposta a estes problemas, foi lançada uma campanha mundial contra a epilepsia chamada “Out of the Shadows” (Fora das Sombras). A campanha visa melhorar o tratamento e a prevenção da epilepsia, assim como lidar com o estigma social associado a esta enfermidade em muitos países. Até agora, 50 países uniram-se à campanha. Este é um primeiro passo vital, já que poucos países possuem políticas nacionais para a epilepsia. Foram reunidas informações de mais de 1.200 representantes de mais de 100 países. É óbvio que, por todo o mundo, as conseqüências sociais da epilepsia são geralmente mais difíceis de se superar que os próprios ataques.
Adaptado a partir do Folheto Informativo no. 166 da OMS (WHO).
Podem-se obter mais informações através de Gregory Hartl, “Out of the Shadows”, WHO, 20 Avenue Appia, CH-1211 Geneva 27, Suíça.
E-mail: [email protected] Página principal da OMS: www.who.ch