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Votação por meio de figuras

Jonathan Anderson e Todd Rasmuson. A Mission Moving Mountains tem estado trabalhando com a comunidade do povoado de Mbiti, em Uganda. Havíamos visitado todos os domicílios e realizado vários encontros comunitários, e agora as pessoas estavam prontas para selecionar um comitê de liderança para ser treinado e capacitado como líderes comunitários.

2003 Disponível em Inglês, Francês, Espanhol e Português

Foto: Isabel Carter

De: Comunidades em transformação – Passo a Passo 53

Qual deve ser o papel da igreja no desenvolvimento?

Jonathan Anderson e Todd Rasmuson.

A Mission Moving Mountains tem estado trabalhando com a comunidade do povoado de Mbiti, em Uganda. Havíamos visitado todos os domicílios e realizado vários encontros comunitários, e agora as pessoas estavam prontas para selecionar um comitê de liderança para ser treinado e capacitado como líderes comunitários.

Era necessário um comitê de sete membros – um bom número para a tomada de decisões em pequenos grupos. A comunidade havia decidido indicar dez homens e cinco mulheres como candidatos, para garantir que a seleção final incluísse, pelo menos, duas mulheres. Entretanto, muitas pessoas não sabiam ler ou escrever os nomes dos candidatos. Os membros não podiam ser selecionados pedindo-se que as pessoas levantassem as mãos, pois assim todos saberiam em quem os outros haviam votado. Algumas pessoas podiam ajudar os que não sabiam ler ou escrever, mas, mais uma vez, estes não poderiam votar sem que as pessoas que os ajudaram soubessem quem haviam escolhido. Achava-se essencial que a votação fosse democrática e secreta, para permitir a todos fazer sua escolha sem sofrer pressão.

Depois de muita discussão e oração, foi criado um plano para permitir que cada pessoa votasse anonimamente – votação por meio de figuras.

Como ela funciona?

1 Foram escolhidas quinze figuras (uma para cada candidato) de objetos de uso diário. Estas eram fáceis de se reconhecer e desenhar. As figuras eram desenhadas a mão e incluíam uma xícara (chávena), um pente, uma chave, um cadeado, uma concha feita de cabaço e um prato.

2 Foi contratado um artesão para fazer um carimbo de borracha com todas as figuras (cada figura um pouquinho maior que a impressão digital do polegar). Uma vez concluído, o carimbo podia ser passado numa almofada de carimbo e pressionado numa meia folha de papel, para fazer uma cédula de votação. Usamos cadernos escolares comuns e baratos e rapidamente fizemos cédulas suficientes. O custo total dos materiais (carimbo de borracha, almofada de carimbo e cadernos) foi menos de $10.

3 Os candidatos foram indicados e aprovados pelos membros da comunidade num encontro aberto. Quando cada candidato se apresentava, recebia uma figura para segurar.

4 Nós, então, fizemos uma rápida dramatização de papéis, para demonstrar o processo de votação (veja a caixa na página ao lado).

5 Foram usadas quatro bicicletas como estações eleitorais! Colocou-se uma almofada de carimbo na bagageira da bicicleta e o assento foi usado como superfície para marcar a cédula. Cada pessoa tinha uma cédula e podia votar em três candidatos. Eles marcavam com uma impressão digital do polegar as figuras correspondentes às tres pessoas que queriam que trabalhassem no comitê. Enquanto as pessoas votavam, os candidatos ficavam sentados ali perto, segurando suas figuras, para que os eleitores pudessem selecionar a figura certa.

6 Uma vez que o eleitor tivesse colocado três impressões digitais na cédula, esta era colocada dentro de uma urna. Os candidatos também votaram, um de cada vez, enquanto o resto dos candidatos permaneciam sentados com suas figuras à vista.

7 Os votos foram, então, contados e registrados. Foi feita uma folha mestre carimbando-se cada pequena figura numa folha de papel, com espaço para registar o número de votos. Duas pessoas, que não eram candidatas, escolhidas pelo presidente do povoado, registraram todos os votos, e a contagem dos votos foi supervisionada por todos os candidatos. Foram contados os votos, e os sete vencedores foram anunciados.

Este processo era novo e levou algum tempo para ser explicado, mas valeu a pena. Mesmo as pessoas que não sabiam ler e escrever puderam votar e participar completamente no trabalho comunitário.

Vantagens

  • Todos votam com igualdade e sigilo.
  • Os dedos borrados de tinta evitam o risco de os eleitores votarem mais de uma vez. Não era permitido às pessoa com tinta nos dedos votar novamente.
  • O favoritismo é menor ao se contarem os votos como figuras, ao invés dos nomes das pessoas.
  • A impressão digital só pode marcar uma figura uma vez, e os eleitores não podem votar várias vezes na mesma pessoa.

Sugestões e dicas

  • Use objetos domésticos comuns como figuras. Evite objetos que poderiam ser vistos como negativos ou positivos. Por exemplo, foram evitadas figuras de coisas como uma cobra (que poderia ser vista como má) ou dinheiro (que poderia significar que o voto poderia seria recomensado com um presente financeiro).
  • Quando uma pessoa for nomeada (oralmente) para ser um dos candidatos, dê-lhe uma figura e escreva seu nome no verso.
  • Estabeleça estações de votação suficientes, para que o processo não leve tempo demais. As bicicletas funcionaram bem.
  • Assim que a votação tiver terminado, recolha as figuras dos candidatos antes de contar os resultados. A maioria das pessoas que contam os votos esquecem rapidamente que figuras representavam que candidatos, e isto ajuda a evitar o favoritismo na contagem.
  • Assegure-se de que todos na comunidade sejam avisados com bastante antecedência sobre o dia da votação.

Jonathan Anderson e Todd Rasmuson trabalham com a Mission Moving Mountains, PO Box 51, Bariadi, Tanzânia.

Dramatização de papéis

Um homem, que compreendia o processo de votações bem, explicou-o a um outro, que tinha muitas dúvidas. Estes papéis foram dramatizados na frente dos 15 candidatos, que permaneciam de pé, segurando suas figuras. Assim, a dramatização de papéis pôde usar exemplos reais, tais como, “Ah, entendo! Se eu quiser votar em Kija, preciso pôr uma impressão digital na figura desta pequena xícara (chávena), porque Kija está segurando a figura de uma xícara (chávena).” No final, houve uma oportunidade para se fazerem perguntas. 

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