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Causar impacto: O trabalho da Tearfund em torno do HIV

Em 2006, a Tearfund lançou um plano de dez anos para interromper a propagação do HIV e reverter o impacto da AIDS em todas as comunidades onde os seus parceiros trabalham. Os resultados mostram que um grande progresso pode ser alcançado através da mobilização de igrejas e comunidades.

2016 Disponível em Inglês, Francês, Português e Espanhol

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De: HIV – Passo a Passo 98

Como combater o estigma, prevenir a transmissão do HIV de mãe para filho e prestar apoio às pessoas que vivem com o HIV

As Amigas das Mães estão transformando comunidades no Maláui. Foto: Chris Boyd/Tearfund

As Amigas das Mães estão transformando comunidades no Maláui. Foto: Chris Boyd/Tearfund

Por David Deakin

A Tearfund tem respondido ao HIV através de organizações parceiras locais desde 1991. Em 2006, a Tearfund lançou um plano ambicioso de dez anos para evitar que o HIV se propagasse e reverter o impacto da AIDS em todas as comunidades onde seus parceiros trabalhavam. Em particular, a Tearfund queria mudar a Igreja, para que deixasse de fazer parte do problema e se tornasse parte da solução.

Essa estratégia funcionou e alcançou alguns resultados excelentes. Por exemplo:

  • Na Etiópia e no Maláui, uma rede de igrejas trabalhou em conjunto para mudar as informações incorretas, as atitudes prejudiciais e os comportamentos de risco relacionados com o HIV e a sexualidade.
  • Parceiros da Tearfund na Rússia ajudaram usuários de drogas injetáveis (UDI) a se protegerem contra o HIV e se recuperarem da dependência das drogas.
  • A Tearfund produziu o kit de ferramentas Pense em meios de sobrevivência! para ajudar as pessoas que vivem com o HIV a desenvolver meios de sobrevivência sustentáveis (veja a página de Recursos para obter mais informações).
  • Igrejas parceiras da Tearfund ajudaram a melhorar os cuidados paliativos para as pessoas que vivem com o HIV, ajudando-as a acessar medicamentos para a dor e prestando apoio espiritual e psicológico a indivíduos e suas famílias.

Essas conquistas mostraram que é possível obter um progresso verdadeiro através da mobilização de igrejas e comunidades.

Proteção às crianças contra o HIV

Uma das principais prioridades da Tearfund foi a prevenção da transmissão do HIV de pais para filhos. Entretanto, logo ficou claro que, mesmo prevenindo-se a transmissão do HIV, a mãe ou o bebê podia morrer durante a gestação ou no primeiro ano após o parto.

Assim, a Tearfund desenvolveu uma abordagem chamada IMPACT (Improving Parent and Child Outcomes - Melhoria dos Resultados para Pais e Filhos). A abordagem IMPACT tem por fim não só prevenir a transmissão do HIV de pais para filhos, mas também ajudar a reduzir o número de mortes e doenças entre as mães e os bebês. O conceito IMPACT abrange desde o planejamento familiar, gestação e parto até seis meses após o nascimento do bebê.

Uma das principais inovações da abordagem IMPACT é um esquema chamado “Amigas das Mães”. As Amigas das Mães são voluntárias treinadas que visitam mulheres grávidas vulneráveis oito vezes durante a gestação, após o parto e até seis meses após o nascimento do bebê. As Amigas das Mães são equipadas com um smartphone e software com recomendações sobre perguntas-chave para fazer em cada uma das oito visitas. Os telefones também contêm treinamento útil e recursos espirituais e permitem que as Amigas das Mães reúnam informações sobre as mulheres de quem cuidam.

Resultados inspiradores

Até agora, a Tearfund introduziu o programa IMPACT no Maláui, Nigéria, República Democrática do Congo e Tanzânia. Os resultados do Maláui já mostraram melhorias significativas para as mulheres que receberam apoio das Amigas das Mães, em comparação com as que não contaram com essa ajuda. Por exemplo:

  • Houve um aumento de 38 por cento no número de mulheres grávidas que faziam as quatro consultas de pré-natal (conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde).
  • O número de homens que acompanhava sua companheira nas consultas de pré-natal aumentou em 28 por cento.
  • O número de mulheres que procurava aconselhamento sobre planejamento familiar aumentou em 34 por cento. Igualmente, o número de mulheres que usavam métodos anticoncepcionais modernos aumentou em 22 por cento.
  • As mulheres que receberam apoio das Amigas das Mães tinham um padrão de nutrição melhor e 40 por cento mais probabilidade de fazerem três refeições por dia.
  • O projeto Amigas das Mães também beneficiou o resto da comunidade. No final do projeto, havia mais crianças fazendo o teste de HIV e mais pessoas soropositivas fazendo a terapia antirretroviral (TARV).
  • Os conhecimentos da comunidade sobre a transmissão do HIV de pais para filhos também aumentaram. Os resultados clínicos mostraram que o índice de transmissão do HIV de mãe para filho havia sido reduzido em mais da metade no final do projeto.

Esses são apenas alguns dos resultados que indicam o impacto incrível que as Amigas das Mães estão tendo.

David Deakin é o Líder da Equipe de HIV da Tearfund.

Para obter mais informações sobre as Amigas das Mães, entre em contato com David pelo e-mail [email protected] ou escreva para sua colega, Veena O’Sullivan, pelo e-mail [email protected].


Edward nasce sem o HIV

Deborah é de uma região do sul do Maláui onde uma em cada sete pessoas vive com o HIV. Em 2007, quando sua saúde começou a se deteriorar rapidamente, Deborah fez um teste de HIV. Foi constatado que ela era soropositiva, e ela foi aconselhada a iniciar o tratamento imediatamente.

Quando soube que estava grávida, em 2012, Deborah ficou muito preocupada com o futuro do bebê. Ela não queria transmitir o HIV para ele. Felizmente, Deborah foi apresentada a uma Amiga das Mães chamada Emma. Emma também é soropositiva e deu à luz quatro crianças que nasceram sem o HIV. Emma visitou Deborah durante e após sua gestação, dando conselhos práticos, apoio emocional e aconselhamento a Deborah e seu marido.

“Minha Amiga das Mães lembra-me de ir buscar meus medicamentos,” diz Deborah. “Podemos fazer muitas perguntas que, caso contrário, teríamos medo de fazer.” Emma também incentivou Deborah a dar à luz na clínica local, ao invés de em casa, aumentando as chances de um parto saudável. Felizmente, o bebê de Deborah, Edward, nasceu sem o HIV. “Fiquei muito feliz e animada com os resultados”, diz Deborah.

Emma é um modelo inspirador na sua comunidade. No entanto, sua própria história é dolorosa. Quando descobriu que tinha o HIV, o marido recusou-se a fazer o teste e abandonou-a. Porém, Emma usa até mesmo essa triste experiência para ajudar as mulheres a quem presta apoio. “A primeira coisa que faço é contar minha história”, diz ela. “Assim, elas se tranquilizam e conseguem confiar em mim.”

As Amigas das Mães estão tendo um impacto surpreendente nessa comunidade no Maláui. “A coisa mais gratificante é a felicidade e a gratidão das mães que não perderam seus bebês”, diz Emma. “Quando ouço essas histórias, fico muito orgulhosa.”


As dez melhores dicas de uma Amiga das Mães
David Deakin

Abaixo estão os dez conselhos mais importantes que uma Amiga das Mães poderia dar a um mulher grávida a quem está prestando apoio.

1) Vá a pelo menos quatro consultas de pré-natal com um profissional de saúde durante a gravidez.

2) Dê à luz numa clínica ou hospital, com a assistência de um profissional de saúde (médico, parteira ou enfermeiro).

3) Faça o teste de HIV. Se os resultados indicarem que você é soropositiva, inicie a terapia antirretroviral (TARV).

4) Se você tiver um parceiro do sexo masculino, incentive-o a acompanhá-la nas consultas de pré-natal e fazer o teste de HIV e sífilis. Se os resultados indicarem que ele é soropositivo ou tem sífilis, ele deverá iniciar o tratamento.

5) Faça um plano de parto, inclusive um plano de emergência. (Você encontrará mais informações sobre planos de parto na Passo a Passo 91: Saúde Materna.)

6) Tenha uma dieta saudável e equilibrada durante a gravidez.

7) Se você mora numa área com risco de malária, durma sob um mosquiteiro tratado com inseticida, pois contrair malária durante a gravidez pode prejudicar tanto a saúde do bebê quanto a sua. (No entanto, é importante saber que o HIV não é transmitido por mosquitos.)

8) Procure aconselhamento sobre todos os aspectos do planejamento familiar. Pode haver aconselhamento disponível no seu posto de saúde local.

9) Siga as recomendações corretas sobre a amamentação, com o apoio da sua Amiga das Mães. Além disso, certifique-se de que seu bebê tome as vacinas de que precisa.

10) Se houver alguma possibilidade de que seu bebê tenha sido exposto ao HIV (por exemplo, se você própria vive com o HIV), leve-o para fazer o teste de HIV quando estiver com seis semanas de idade. Se os resultados indicarem que seu filho é soropositivo, ele deverá iniciar a TARV imediatamente.

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