A pandemia da AIDS é uma das causas da migração. Por exemplo, as pessoas que vivem com HIV podem migrar para evitar o estigma da sua comunidade ou para voltar para seu lar no interior, em busca de apoio quando estiverem doentes. Muitas vezes, as pessoas também migram após a morte do parceiro, e as crianças órfãs podem migrar para viver com a família ou procurar trabalho.
Maior vulnerabilidade
Com freqüência, os migrantes são especialmente vulneráveis ao HIV. Por exemplo:
- Os trabalhadores migrantes, como os mineiros, caminhoneiros e operários de obras, geralmente são homens jovens, separados das parceiras habituais por longos períodos de tempo. A solidão, o isolamento e a vida num ambiente predominantemente masculino podem fazer com que os migrantes do sexo masculino tenham relações sexuais com outros homens ou com trabalhadoras sexuais, correndo um risco maior de se infectarem com o HIV.
- As mulheres migrantes são vulneráveis ao estupro ou podem ser forçadas a vender sexo para sobreviver. Elas podem não ser capazes de exigirem o uso de preservativos. O risco que elas correm de se infectarem com o HIV também é maior devido ao alto índice de violência sexual.
Migrantes que vivem com HIV
Muitas vezes, os migrantes não têm acesso aos serviços de saúde e podem ficar de fora das respostas nacionais ao HIV. Os migrantes que já estão fazendo tratamento anti-retroviral (ARV) podem enfrentar dificuldades específicas. Os medicamentos ARV precisam ser tomados todos os dias, com água segura e uma boa nutrição para funcionarem. O tratamento pode ser interrompido se a pessoa tiver que fugir de casa se houver algum conflito ou desastre natural.
Fiona Perry é a Coordenadora de HIV e AIDS da Equipe de Gestão de Desastres da Tearfund.
E-mail: fiona.perry@tearfund.org